Na vastidão verdejante da Floresta da Tijuca, no coração do bairro do Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro, a vida selvagem pulsa com vigor, longe dos olhos humanos. Durante 40 dias, câmeras instaladas pelo cinegrafista Júnior Alves, do RJ2, capturaram cenas únicas da fauna local, revelando um ecossistema vibrante que resiste à proximidade urbana.As filmagens, realizadas tanto sob a luz do sol quanto na escuridão da noite, trazem à tona a rica biodiversidade da Mata Atlântica que compõe essa região. Mesmo com a cidade cada vez mais próxima, o verde da floresta mantém sua imponência, servindo de refúgio para diversas espécies de animais que, em meio ao silêncio e ao sossego, mostram-se em seu comportamento natural.Os Donos da Casa: Quatis e Macacos-PregoEntre os protagonistas dessa narrativa selvagem estão os quatis. Em bando, esses animais circulam pela floresta de dia e de noite, exibindo-se como os verdadeiros donos do pedaço. Suas incursões são marcadas pela busca incessante por alimento, o que os torna presenças constantes nas filmagens. Com sua movimentação ágil e curiosa, os quatis dominam a cena, impondo-se entre as árvores da Tijuca.Mas eles não estão sozinhos nessa jornada pela sobrevivência. Os macacos-prego, em bandos numerosos, também fazem sua parte na agitação da floresta. Suas brincadeiras e correrias são ouvidas à distância, criando uma verdadeira farra na mata. No entanto, quando os quatis retornam, os macacos recuam, em uma disputa silenciosa por território que se repete ao longo do dia.Beleza e Raridade: Tucanos e PreguiçasAlém da animada disputa entre quatis e macacos-prego, as câmeras também registraram a graciosa presença de um tucano. Com suas penas de cores vibrantes e bico preto adornado por uma faixa amarela, a ave posa imponente, tornando-se um dos destaques das filmagens. Essa espécie, uma das maiores de sua família, é um símbolo da biodiversidade da Mata Atlântica e encanta pela sua beleza singular.Em um momento raro, as lentes captaram o movimento lento e característico de um bicho-preguiça. Com sua calma inabalável, o animal foi visto escalando uma árvore, seguindo seu ritmo sereno, em uma cena que transmite a paz e a tranquilidade que ainda se encontram na Floresta da Tijuca.Mistérios Noturnos: Pacas e Outros HabitantesQuando a noite cai, a floresta ganha novos protagonistas. As pacas, roedores de hábitos noturnos, foram registradas pelas câmeras com seus olhos brilhando no escuro. Com suas peles rajadas, essas criaturas percorrem a mata em busca de alimento, em um movimento quase imperceptível, revelado apenas pela sensibilidade das lentes.Esses registros exclusivos não só revelam a rica fauna que habita a Floresta da Tijuca, mas também destacam a importância da preservação desse ecossistema único. Em um mundo onde a urbanização avança rapidamente, o refúgio oferecido pela Mata Atlântica é vital para a sobrevivência dessas espécies, que, longe da vista humana, continuam a desempenhar seus papéis na complexa teia da vida.A série de imagens capturadas pelo RJ2 nos oferece uma janela para esse mundo selvagem, lembrando-nos da necessidade de proteger e valorizar as riquezas naturais que ainda resistem em meio à metrópole. Cada animal flagrado pelas câmeras é um testemunho vivo da biodiversidade que existe na Floresta da Tijuca, uma joia verde que pulsa no coração do Rio de Janeiro.
