Search
Close this search box.

Escola em Nova Iguaçu sofre com falta de materiais, uniformes e estrutura

O ano letivo começou há duas semanas, mas a educação em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, parece ter estacionado em 2018. Sem uniformes, materiais e com uma obra prometida há dois anos sem data para começar, a Escola Municipal Dr. Ruy Berçot de Mattos, no Jardim Alvorada, voltou às aulas, mas já foi reprovada… pelos pais e alunos.

Aluno do 4º ano, David Campista da Silva, de 13, está indo para a escola de chinelo e com o uniforme incompleto. Ano passado, o uniforme só foi entregue no fim do ano letivo, e algumas peças tinham tamanho menor do que o dos alunos. Foi o caso do tênis que David acabou ganhando.

Os tênis que deram no fim do ano vieram descosturados e apertados. A bermuda é pequena — reclama David.

O pai do estudante, o pedreiro Kléber Campista da Silva, de 42 anos, tem dois dos seus seis filhos estudando na escola. Ele conta que foi pedido que cada pai comprasse cinco cadernos capa dura e sem espiral. Desempregado, Kléber não teve condições de comprar todo o material pedido:

— Só consegui comprar um caderno para cada um. Os outros são do ano passado.

O aluno David Campista com o pai Kleber: faltam tênis
O aluno David Campista com o pai Kleber: faltam tênis Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

A dona de casa Priscila Almeida Fontoura de Oliveira, de 31 anos, é mãe de dois alunos da unidade. Ela disse que o filho do 6º ano recebeu hoje os livros, mas só das disciplinas História, Geografia e Português. A filha do 4º ano usa cópia em vez de livros, já que não há material para todos:

— São 47 livros de cada matéria para serem divididos entre as duas turmas de 4º ano.

Priscila Almeida com a filha Emilly Gabriela: a estudante do 4º ano usa cópia em vez de livros, já que não há material para todos no colégio onde estud
Priscila Almeida com a filha Emilly Gabriela: a estudante do 4º ano usa cópia em vez de livros, já que não há material para todos no colégio onde estud Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

A estrutura da escola também deixa a desejar. Uma obra prometida em 2017, assim que a nova gestão municipal assumiu, não saiu do papel. Entre os problemas, fios expostos e portas quebradas. Nem a merenda escapa. Pais relatam falta dela. Nesta segunda-feira, por exemplo, foi servido peixe com espinha, inclusive para a educação infantil, relataram os pais.

Outra reclamação na escola foi sobre o cartão Riocard de alguns alunos. A dona de casa Rosângela dos Santos, de 37, disse que seus três sobrinhos moram em Cabuçu, mas estão passando a semana com ela, porque não conseguem ir para a casa, já que os cartões de passagem estão bloqueados.

Rosângela dos Santos mostra os cartões Riocard dos sobrinhos que estão bloqueados
Rosângela dos Santos mostra os cartões Riocard dos sobrinhos que estão bloqueados Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

Resposta da Prefeitura de Nova Iguaçu

A Secretaria Municipal de Educação informa que não existe falta de merenda e que o abastecimento na unidade vem sendo feito semanalmente. Quanto à questão do peixe com espinha, a nutricionista responsável pela rede irá fazer uma inspeção no produto nesta terça-feira e, caso seja constatado o problema, a empresa responsável pela distribuição será notificada e o alimento substituído. Disse que o kit com uniformes e material escolar, incluindo caderno, foi entregue a todos os alunos no ano passado, conforme o tamanho indicado pelos pais e/ou responsáveis. A secretaria está fazendo o levantamento dos alunos novos para entrega dos kits de uniforme e material escolar.

Sobre o Riocard, disse que os cartões dos alunos citados estão bloqueados por biometria facial, ou seja, foi identificado o uso por outra pessoa que não eram os alunos. Para regularizar, o estudante, acompanhado de um responsável, deverá comparecer ao posto de atendimento do RioCard, portando documento de identificação original (ambos) e comprovante de residência, também original (validade de 3 meses). Vale ressaltar que o cartão Riocard é pessoal e intransferível. Em relação à obra, informou que foi aberto um processo de licitação para realização de obras na escola, que inclui toda parte elétrica, construção de cobertura para quadra, entre outros serviços de melhoria, mas ainda não há previsão para o início.

A Secretaria disse que os livros são enviados pelo Ministério da Educação, que até o momento não entregou a lista completa para essa escola, mas que está cobrando. Já a cópia do livro é um material complementar elaborado pelo professor, segundo a prefeitura.

VIA: Extra | Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Matérias

Pesquisar...