A primeira audiência da CPI da Saúde de Japeri, realizada na segunda-feira (11), terminou em frustração e protestos. Nenhum dos cinco servidores convocados para depor compareceu à sessão, o que acirrou ainda mais o clima de tensão entre a Câmara Municipal e a Prefeitura. A ausência total das testemunhas foi vista pelos parlamentares como um ato de desrespeito e uma tentativa de impedir o avanço das investigações.
Foram convocados, mas não compareceram: Marcelo Alves Henrique Pinto Moreira (controlador do município), Charles de Deus Silva (subsecretário), Helen Santos (subsecretária), Cristiane de Souza Almeida (subsecretária) e Kátia Dias (assessora jurídica da Secretaria de Saúde).
Presidida pelo vereador Abner Madeira, a Comissão Parlamentar de Inquérito pretendia ouvir o grupo sobre possíveis irregularidades na gestão da saúde pública, mas nenhum deles atendeu ao chamado.
A ausência dos convocados provocou indignação entre os vereadores. O vereador doutor Marlon Bruno fez um discurso contundente durante a sessão.
“É uma vergonha e um desrespeito com o povo de Japeri que testemunhas convocadas por esta CPI simplesmente ignorem o dever de comparecer. Quem se cala diante da verdade, compactua com o erro! Não estamos aqui para fazer teatro político, estamos aqui para desmascarar os esquemas, cobrar responsabilidades e defender cada centavo do dinheiro público. A ausência dessas testemunhas é uma fuga covarde e uma afronta ao Poder Legislativo, uma tentativa desesperada de esconder o que todo mundo já sabe: a saúde de Japeri está sendo destruída por má gestão, descaso e falta de respeito!”, declarou.
Nos bastidores, vereadores afirmaram que o boicote reforça a percepção de resistência da administração municipal em prestar esclarecimentos. A CPI investiga denúncias de falhas graves na rede pública de saúde, suposto mau uso de recursos e favorecimento político dentro da Secretaria.
Com o não comparecimento dos convocados, a comissão deve adotar novas medidas legais para garantir as próximas oitivas, inclusive com possibilidade de condução coercitiva.
Enquanto o impasse se prolonga, moradores continuam relatando falta de medicamentos, demora no atendimento e abandono nas unidades de saúde. O episódio aumentou a sensação de descrença entre os japerienses, que veem na CPI uma das poucas esperanças de resposta diante do caos no sistema municipal.


