Criminosos usavam falsas doações de cestas básicas para obter dados e contratar empréstimos consignados em nome das vítimas
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, deflagrou nesta quarta-feira (25/06) uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar idosos beneficiários do INSS. A ação é conduzida por agentes da 26ª Delegacia de Polícia (Todos os Santos), que cumprem mandados de busca e apreensão em diversos bairros da capital, incluindo Campo Grande, Bangu e Realengo, na Zona Oeste, além de Irajá, na Zona Norte.
As investigações apontam que o grupo atuava com uma estratégia cuidadosamente elaborada para enganar as vítimas. Com a falsa promessa de distribuição de cestas básicas como ação de cunho social, os golpistas abordavam idosos e ganhavam sua confiança. Durante a entrega dos alimentos, tiravam “selfies” com os beneficiários e colhiam dados pessoais — o suficiente para abrir contas digitais em nome das vítimas e contratar empréstimos consignados, que eram diretamente descontados dos benefícios previdenciários.
Mais de 100 vítimas já foram identificadas até o momento, todas lesadas com o mesmo método. Após a liberação dos valores dos empréstimos, o dinheiro era distribuído em diversas contas bancárias e, em seguida, centralizado nas mãos do líder da quadrilha, que se apresentava nas redes sociais como “day trader”. Segundo a polícia, ele é dono de duas lojas que serviam como fachada para a lavagem do dinheiro obtido por meio dos golpes.
Além de interromper a atuação da quadrilha, a operação tem como objetivo estrangular financeiramente o grupo criminoso. Para isso, os agentes promovem o sequestro de bens adquiridos com os recursos ilícitos.
A Polícia Civil segue investigando para identificar outros possíveis integrantes da organização e novas vítimas. As autoridades alertam a população, especialmente os idosos, a desconfiar de ofertas de ajuda financeira ou doações que exijam fornecimento de dados pessoais. Denúncias podem ser feitas de forma anônima ao Disque-Denúncia (2253-1177).
