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Descoberta de Fóssil de Mamute Revoluciona Ciência e Abre Caminho para a “Desextinção”

Uma equipe internacional de cientistas fez uma descoberta revolucionária ao encontrar cromossomos fósseis de um mamute lanoso de 52 mil anos, preservados em estado de vidro na pele do animal. Esta descoberta, feita em uma fêmea de mamute encontrada na Sibéria, pode fornecer dados genéticos essenciais que alguns cientistas estão utilizando para tentar trazer a espécie de volta da extinção.

Detalhes da Descoberta

A pele do mamute, retirada de trás da orelha do animal, revelou a presença de cromossomos completos, congelados em um estado semelhante ao vidro por dezenas de milhares de anos. A Dra. Marcela Sandoval-Velasco, coautora do estudo e pesquisadora do Centro de Hologenômica Evolutiva, destacou que enquanto pequenos fragmentos de DNA antigo podem sobreviver por longos períodos, esta descoberta é excepcional porque preserva a estrutura tridimensional dos cromossomos.

Cromossomos e DNA

Os cromossomos são estruturas compostas inteiramente de DNA, presentes em todas as células dos seres vivos. Eles contêm informações genéticas essenciais para a compreensão da evolução e história da vida na Terra. Normalmente, os restos mortais de criaturas degradam-se ao longo do tempo, fragmentando o DNA. No entanto, os cromossomos fósseis encontrados no mamute foram preservados em um estado que permite a reconstrução da arquitetura genômica 3D do animal.

Implicações da Descoberta

A preservação dos cromossomos em estado de vidro possibilita a análise detalhada da sequência de DNA do mamute. A Dra. Olga Dudchenko, coautora do estudo e professora assistente, explicou que conhecer a forma dos cromossomos torna possível montar toda a sequência de DNA de criaturas extintas, proporcionando insights antes impossíveis.

A análise revelou que o mamute tinha 28 pares de cromossomos, semelhantes aos do elefante asiático, seu parente vivo mais próximo. Além disso, foram identificados genes “ativos” no mamute que estão inativos em elefantes modernos, possivelmente explicando características como a pelagem lanosa.

Impacto nos Esforços de Desextinção

Os dados genéticos obtidos podem ter um impacto significativo nos esforços para trazer o mamute lanoso de volta da extinção. Cientistas e empresas de biotecnologia estão trabalhando para ressuscitar espécies extintas e preservar aquelas ameaçadas de extinção. O Dr. Thomas Gilbert, coautor do estudo, destacou que os resultados têm implicações diretas para esses esforços.

Preservação Natural

Acredita-se que a pele do mamute tenha sido preservada por um processo natural de liofilização logo após a morte do animal, semelhante à técnica usada para criar carne seca. Este processo bloqueou os cromossomos em um estado durável, conhecido como “cromovidro”, onde o DNA tinha pouco espaço para movimento, mesmo a nível molecular.

Experimentos realizados com carne seca moderna confirmaram a teoria. Os cientistas esperam que cromossomos fósseis semelhantes possam ser encontrados em outros animais e até em múmias egípcias, onde ocorreram processos de desidratação semelhantes, potencialmente levando a avanços significativos na compreensão genética de espécies extintas.

Esta descoberta não só abre novas perspectivas para a biologia e genética, mas também alimenta esperanças de que um dia possamos ver criaturas extintas caminhando novamente sobre a Terra.

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