Pouco mais de nove dias após a megaoperação que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, o governo do Rio de Janeiro confirmou que novas ações semelhantes já estão sendo planejadas. Segundo autoridades da área de segurança, os focos agora serão os núcleos financeiros das quadrilhas, com investigações sobre lavagem de dinheiro e o uso de empresas para ocultar recursos do tráfico e das milícias.
Essas operações terão mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão, e a primeira grande investida deve ocorrer na região de Jacarepaguá, apontada como uma das áreas mais afetadas pela expansão do Comando Vermelho. A região foi classificada como prioritária no plano de retomada de territórios, que integra as exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) dentro do julgamento da ADPF das Favelas.
Enquanto o governo estadual se prepara para novas ações, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, recebeu nesta quarta-feira (5) movimentos sociais em Brasília para discutir o impacto das operações nas comunidades. Moraes também determinou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a estrutura financeira do crime organizado no estado, com foco em esquemas de lavagem de dinheiro e possíveis infiltrações de organizações criminosas no poder público.
Segundo o ministro, o objetivo é atacar a base financeira das facções, considerada etapa essencial para reduzir a violência e recuperar áreas dominadas por grupos armados.
