O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro deu início, nesta quinta-feira (13), à operação “Bomba Baixa”, que tem como objetivo desmantelar um esquema criminoso envolvendo adulteração de combustíveis e outras fraudes em postos localizados nas Zonas Norte e Oeste do Rio e na Baixada Fluminense. Até o momento, cinco dos seis mandados de prisão foram cumpridos.
Os alvos da operação incluem administradores de postos da rede GTB, acusados de misturar metanol – substância altamente tóxica e proibida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) – aos combustíveis comercializados. Além disso, o grupo também teria manipulado bombas para entregar quantidades menores de combustível aos consumidores, adquirido combustíveis sem nota fiscal e corrompido agentes públicos para evitar fiscalizações.
De acordo com a investigação conduzida pelo Gaeco, entre 2017 e 2023, o grupo expandiu sua rede para 60 postos de combustíveis, movimentando milhões de reais. O capital social da GTB Brasil teria crescido de R$ 100 mil para R$ 3,9 milhões em seis anos, indicando lucros vultosos oriundos de práticas ilícitas.
Entre os principais postos envolvidos na fraude estão unidades localizadas em Madureira, Vila Valqueire, Marechal Hermes, Realengo, Jacarepaguá, Campo Grande, Guaratiba, Duque de Caxias, Queimados, Cascadura e Brás de Pina, entre outras.
Os denunciados foram formalmente acusados de crimes como associação criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes contra a saúde pública, a ordem econômica, as relações de consumo e fraude metrológica. A denúncia foi apresentada à 20ª Vara Criminal da Capital.
A operação evidencia a gravidade e a extensão do esquema, que, além de lesar consumidores, coloca em risco a saúde pública e a segurança do fornecimento de combustíveis na região. As autoridades continuam as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.