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Com 150 espécies catalogadas, Projeto Ilhas do Rio ajuda a preservar fauna nas Ilhas Cagarras

A pouco mais de cinco quilômetros da costa carioca, é possível encontrar um dos maiores santuários de aves marinhas do Brasil. O Monumento Natural das Cagarras, formado por sete ilhas que pode ser vistas com facilidade no horizonte das praias de Ipanema, Copacabana e Leblon, é o local de pesquisas feitas há oito anos pelo Projeto Ilhas do Rio, do Instituto Mar Adentro.

O projeto já catalogou mais de 150 espécies de animais nas Cagarras, dentre os quais alguns presentes na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, como as estrelas-do-mar e o ouriço-do-mar, abundante na região.

Mapa localiza o Arquipélago das Ilhas Cagarras, no Rio — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/G1

Mapa localiza o Arquipélago das Ilhas Cagarras, no Rio — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/G1

O processo de estudos do arquipélago – formado pelas ilhas Cagarras, Filhote da Cagarra, Palmas, Comprida, Redonda, Filhote da Redonda e Rasa – começou em 2011 e está dividido em três linhas principais: o levantamento da fauna e flora, o monitoramento ambiental e a mobilização social.

G1 esteve na Ilha Redonda, a maior do arquipélago, e verificou a grande quantidade de aves que vivem no local – em especial as fragatas, vistas com frequência em toda a área da Baía de Guanabara.

No momento, o projeto está em sua terceira fase, com foco nas pesquisas e ações estratégicas para a gestão da área, como a continuação do monitoramento de cetáceos, peixes, bentos e, sobretudo, das aves marinhas.

 

Especialistas do Projeto Ilhas do Rio pesam uma fragata. — Foto: Carlos Brito

Especialistas do Projeto Ilhas do Rio pesam uma fragata. — Foto: Carlos Brito

“Segundo os levantamentos que fizemos desde o início do projeto, há 5,5 mil fragatas no conjunto de ilhas, mas a maioria fica aqui, na Redonda. Quase todos os dias, elas saem cedo, pouco antes das 6h. Depois de passarem por vários locais da Baía de Guanabara, voltam para dormir aqui”, explicou a bióloga Larisssa Cunha, lembrando que o local também é muito frequentado por outra ave marinha, o atobá.

Nas ilhas, os integrantes do projeto fazem a coleta e medição de ovos, bem como a pesagem dos espécimes. Alguns animais também recebem uma identificação – por meio de um pequeno anel de metal preso a uma das pernas. Os dados são utilizados para monitorar a migração e o desenvolvimento da vida das aves no local.

O objetivo também é monitorar o deslocamento dos pássaros – já houve registros de que alguns deles chegaram ao santuário de Alcatrazes, litoral de São Paulo, a 260 quilômetros das Cagarras.

Uma fragata macho - o saco gular vermelho funciona como um atrativo para as fêmeas e mostra que ele está em momento de reprodução. — Foto: Carlos Brito

Uma fragata macho – o saco gular vermelho funciona como um atrativo para as fêmeas e mostra que ele está em momento de reprodução. — Foto: Carlos Brito

Além das atividades das aves, desde o início das pesquisas o Projeto Ilhas do Rio registrou mais de 50 espécies de algas – vegetação fundamental na cadeia alimentar, elas servem de alimento para diversos organismos, além de local de reprodução e abrigo para espécies de invertebrados e peixes, como a alga-parda.

A alga-parda Dictyota menstrualis, encontrada com facilidade nas ilhas, pertence a um gênero que possui substâncias relevantes para o combate aos vírus do herpes e do HIV.

O Arquipélago das Cagarras é um dos maiores santuários de aves marinhas do Brasil. — Foto: Carlos Brito

O Arquipélago das Cagarras é um dos maiores santuários de aves marinhas do Brasil. — Foto: Carlos Brito

Vários outros organismos importantes da vida marinha, como esponjas e corais, vivem fixos no fundo das ilhas.

Desde 2010, o Arquipélago das Cagarras é uma Unidade de Conservação Ambiental. Por isso, a extração da fauna e da flora é proibida. No entanto, as embarcações que estiverem a um raio de dez metros das podem pescar sem restrições.

Ilha Redonda, a maior do Arquipélago das Cagarras. — Foto: Carlos Brito

Ilha Redonda, a maior do Arquipélago das Cagarras. — Foto: Carlos Brito

VIA: G1

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