A detenção do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3), acendeu um alerta imediato sobre a linha de sucessão do governo estadual em caso de afastamento do governador Cláudio Castro.
O cenário de instabilidade se agrava porque o estado está sem vice-governador desde maio, quando Thiago Pampolha deixou o cargo para assumir vaga no Tribunal de Contas do Estado. Com a vice-governadoria vaga e o presidente da Alerj afastado preventivamente na Operação Unha e Carne, a Constituição estadual determina que o comando do Executivo passe para o Judiciário.
Pelas regras constitucionais, na ausência ou impedimento simultâneo do governador e do vice, quem assume é o presidente da Alerj. Com Bacellar detido, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) se torna o próximo na linha sucessória.
Na prática, se Castro precisasse se ausentar hoje, seria o chefe do TJ-RJ quem assumiria interinamente o governo. Essa configuração só mudaria caso a Alerj convocasse uma eleição extraordinária para recompor sua Mesa Diretora, alterando a ordem sucessória.
O impasse surge em um momento sensível: Castro avalia disputar o Senado em 2026, o que exigiria sua saída do governo até abril. A solução para a crise agora depende da decisão dos deputados sobre a permanência ou não de Bacellar na presidência da Casa.


