
Ela foi contada por Jesus para responder a uma pergunta que ainda hoje ecoa em muitos corações: “Quem é o meu próximo?” Na história, um homem é assaltado, espancado e deixado à beira da morte. Dois religiosos passam, veem a cena, mas seguem adiante. Um terceiro homem, um samaritano — alguém considerado estrangeiro e até desprezível por muitos — se compadece, se aproxima e cuida.
Essa parábola fala de um amor que não se prende à aparência nem à religião. Fala de um cuidado que rompe barreiras e restitui dignidade. Mais do que um bom exemplo, ela revela um caminho: a verdadeira espiritualidade se reconhece na compaixão.
Há um versículo no Salmo 69 que diz:
“Vós, humildes, procurai o Senhor, e o vosso coração reviverá” (Sl 69,33).
Esse “reviver” não é apenas físico. É espiritual, interior.
O coração volta a pulsar quando deixamos de olhar só para nós mesmos e estendemos a mão ao outro.
E a humildade verdadeira não é pensar pouco de si, mas pensar menos em si — para pensar mais no outro.
Hoje, o mundo precisa de pessoas que parem no meio do caminho. Que vejam o sofrimento, se aproximem e façam alguma coisa. Talvez não tenhamos todos os recursos, mas sempre podemos oferecer algo: um gesto, um olhar, uma presença.
Amar custa. Amar exige tempo, exige envolvimento. Mas é justamente quando amamos que reencontramos sentido.
Porque, no fim das contas, quem ama, revive. Quem serve, renasce.


