Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou, na madrugada desta quarta-feira (4), uma central clandestina de produção e distribuição de salgados em condições precárias de higiene no bairro do Andaraí, Zona Norte da capital. Oito estrangeiros, que afirmaram ser refugiados sírios, foram detidos no local e encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.
A ação foi conduzida por agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) em parceria com a 32ª DP (Taquara), após investigações que apontaram a existência de uma cozinha industrial operando sem qualquer tipo de fiscalização sanitária. Segundo a polícia, esfirras, quibes e outros alimentos eram preparados no local e distribuídos para barracas de “comida síria” instaladas em pontos movimentados da cidade, como Tijuca, Centro, Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca.

Durante a inspeção, os policiais se depararam com um ambiente alarmante: baratas circulando entre os utensílios, panelões enferrujados contendo óleo de fritura reutilizado e escurecido, e recheios de carne moída armazenados diretamente no chão, sem refrigeração adequada. Restos de alimentos, bandejas queimadas e superfícies cobertas por resíduos e mofo compunham o cenário da cozinha improvisada.
Em uma área de estocagem, os produtos estavam empilhados no chão, acondicionados em caixas de isopor danificadas ou em sacolas plásticas reutilizadas. Pombos circulavam livremente pelo espaço, agravando ainda mais o risco de contaminação dos alimentos.
A estrutura também apresentava riscos elétricos, com fios improvisados instalados próximos às fritadeiras, e total ausência de ventilação e higiene básica. As paredes e o piso estavam impregnados de gordura e sujeira acumulada, enquanto os equipamentos usados na produção estavam em avançado estado de deterioração.
Ainda pela manhã, como parte da operação, fiscais apreenderam ao menos quatro barracas que vendiam os produtos ilegais na região da Tijuca. Os passaportes dos estrangeiros foram retidos e a situação migratória de cada um será avaliada.
A polícia e a vigilância sanitária seguem investigando o caso. O delegado responsável pela operação afirmou que os responsáveis poderão responder por crimes contra a saúde pública, além de infrações sanitárias e trabalhistas.
As autoridades alertam a população para os riscos do consumo de alimentos sem procedência e reforçam a importância de denunciar práticas irregulares. A Delegacia do Consumidor disponibiliza canais anônimos para denúncias sobre produtos e serviços que ofereçam risco à saúde dos consumidores.