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“Bug do milênio” irá afetar satélites de GPS em abril

Aqueles que nasceram na década antes da década de 90 certamente devem se lembrar do medo do “bug do milênio”, que foi o grande tópico de tecnologia durante praticamente todo o ano de 1999 — isso porque havia um grande receio de que a passagem de 1999 para o ano 2000 pudesse provocar uma falha geral nos computadores e tornar um caos o mundo que se tornava todo informatizado e conectado.

Esse medo ocorreu pelo modo como os computadores da época eram programados. Até então, todos os sistemas de datas dos computadores usavam um dois dígitos — por exemplo, os programas ao fazer menção ano de de “1994”, usavam em suas linhas de código apenas os dois últimos dígitos da data, marcando-o como “94”. Esse tipo de notação, que funcionou sem grandes problemas desde a criação dos primeiros computadores, acabou criando pânico quando chegou ao ano de 1999. A passagem para o ano 2000 (“00” na notação da época) seria reconhecida pelas máquinas uma uma mudança do ano 1999 para o ano 1900, o que faria com que diversos bancos de dados parassem de funcionar, o que obrigou os programadores da época a criarem atualizações que reescrevessem todo o uso de notações de data de seus softwares para o sistema de 4 dígitos que é utilizado até hoje.

Mas ainda que o “bug do milênio” tenha sido solucionado sem maiores danos na época, em 2019 estamos frente a um novo problema parecido — mas que, felizmente, não terá consequências tão graves quanto o de 1999.

Dessa vez, o sistema de datas em questão que está no centro do problema é o de satélites — como os usados para telecomunicações ou estabelecer coordenadas de GPS. Assim como os primeiros computadores, estes equipamentos também utilizam um sistema de datas bem limitado. Ao invés de contar a passagem do tempo por anos, os satélites utizam um sistema binário de 10 bits que incrementa a passagem de tempo a cada semana, o que equivale a um máximo de 1024 semanas, ou cerca de 19 anos e sete meses. Esse evento só ocorreu até então uma única vez, em agosto de 1999, e irá ocorrer novamente em 6 de abril deste ano.

E, justamente por conta de ter já ocorrido antes em 1999, essa falha não deverá causar muitos transtornos, já que as operadoras desses satélites já possuem soluções prontas para aplicar e garantir que o problema enfrentado por seus clientes seja mínimo.

E agora?

Apesar disso, Mike Schoofs, diretor da TomTom (uma das maiores fabricantes de equipamentos de navegação por GPS do mundo) alerta que apenas as pessoas que utilizam sistemas de navegação mais antigos deverão ser afetadas. Isso porque, ao contrário dos sistemas antigos, os mais novos não utilizam a data enviada pelos satélites para informações de navegação. Esses equipamentos mais novos podem ter problemas em outras funções (como no gerenciamento de agendas) mas normalmente os softwares utilizados para essas finalidades já possuem soluções embutidas para contornar esses problemas criados pela “zeragem” do calendário dos satélites.

Assim, ele alerta que enquanto alguns programas mais antigos podem de repente começar a mostrar uma data de 20 anos atrás, todos aqueles softwares lançados após 1999 não deverão apresentar problemas, pois eles já foram desenvolvidos com essa falha em mente.

Ainda assim, essa pode ser a última vez que veremos um “bug de data” vindo de satélites, já que todos os equipamentos lançados atualmente utilizam um código binário de treze dígitos, o que equivale há um período de 8192 semanas — ou 157 anos. O que é tempo suficiente para que tenhamos até mesmo desenvolvido uma nova tecnologia de geolocalização antes de ser preciso pensar em criar atualizações para corrigir qualquer possível falha por uma mudança inesperada no relógio desses satélites.

Fonte: The Next Web

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