Um marco histórico para o meio ambiente foi celebrado com a inauguração do Parque Natural Municipal Barão de Mauá, área de 113,7 hectares de manguezal completamente recuperada após um dos maiores desastres ambientais do Brasil. O local, que equivale a 113 campos de futebol, agora abriga uma floresta nativa de mangue e é lar de uma rica biodiversidade, provando que, com trabalho coletivo e persistência, a natureza pode vencer.
A cerimônia de abertura contou com a presença do prefeito de Magé, Renato Cozzolino, da primeira Dama Lara Torres, da Vice Prefeita Jamile Cozzolino, do Deputado Estadual Vinicius Cozzolino, do presidente da Câmara Valdeck Ferreira, e de demais vereadores, além dos Secretários Municipais, que destacaram o valor simbólico e ecológico da conquista.

Ao todo, foram investidps cerca de 8 milhões para a construção do parque municipal. De acordo com o Prefeito Renato Cozzolino, um investimento muito significativo e que vai beneficiar toda a população neste dia histórico:
“Hoje é um dia histórico para a cidade de Magé e para o meio ambiente do nosso país. Estamos inaugurando não apenas um parque, mas um símbolo da resistência da natureza e da capacidade humana de se responsabilizar por seus erros e buscar a reparação. Este parque, que antes foi cenário de destruição, agora é espaço de vida, educação e futuro.
Renato, agradeceu ainda o emepenho de todos os envolvidos na reconstrução do Parque: “Quero agradecer a todos os envolvidos nesse processo de recuperação, em especial as ONGs, às equipes técnicas da Secretaria de Meio Ambiente, todos os funcionários que acreditaram que era possível. O Parque Barão de Mauá é um presente para as futuras gerações e um compromisso renovado com o desenvolvimento sustentável”, declarou o prefeito Renato Cozzolino.
O Deputado Estadual Vinicius Cozzolino, falou sobre a emoção de entregar mais um ponto turístico para a cidade: “Estar aqui hoje é motivo de grande emoção e responsabilidade. O que estamos celebrando não é apenas a inauguração de um parque, mas a concretização de um sonho coletivo, que nasce da luta por justiça ambiental e pelo direito à vida. A história deste lugar, marcada por um desastre sem precedentes, agora se transforma em exemplo de superação. Como deputado estadual, reforço meu compromisso com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável da nossa Baixada Fluminense. Que o Parque Barão de Mauá inspire políticas públicas sérias e eficazes em todo o estado do Rio de Janeiro. A natureza venceu — e é nosso dever garantir que continue vencendo,” disse o deputado.
O Presidente da Câmara Municipal de Magé, Valdeck Ferreira, acompanhou as obras desde o ínicio e também falou sobre a importância do local: “É com muito orgulho que participo desta inauguração que representa o fruto de uma luta coletiva e da boa política. A Câmara Municipal se orgulha de ter apoiado esse projeto desde os primeiros passos e continuará empenhada em legislar para que áreas como essa sejam protegidas, valorizadas e ampliadas. O Parque Barão de Mauá é prova de que, quando o poder público atua com responsabilidade, resultados concretos acontecem. Magé dá hoje um exemplo ao Brasil,” finalizou.
Do desastre à recuperação
A origem da tragédia remonta ao dia 18 de janeiro de 2000, quando um duto da Petrobras se rompeu, derramando 1,3 milhão de litros de óleo combustível na Baía de Guanabara. A mancha de poluição se espalhou por 50 km², atingindo 23 praias e devastando o ecossistema da região. O acidente afetou diretamente mais de 600 famílias que viviam da pesca e da coleta de caranguejos, deixando o manguezal completamente destruído e tomado por lixo.
Em 2001, contrariando previsões pessimistas, teve início o processo de recuperação com o apoio do Instituto OndAzul. Foi um trabalho lento, que envolveu limpeza, plantio de mudas de mangue-vermelho, branco e negro, e monitoramento ambiental contínuo.

Biodiversidade e estrutura para visitação
Hoje, o parque abriga 107 espécies de aves, 21 de mamíferos, 16 de répteis e 11 de crustáceos, comprovando o sucesso da regeneração ecológica. A área se transformou em um verdadeiro berço da vida marinha e no pulmão verde da Baía de Guanabara.
Aberto à visitação, o Parque Barão de Mauá oferece experiências únicas aos visitantes. O Circuito Alfredo Sirkis, construído com madeira de reflorestamento, leva até o Bosque Gilberto Gil e termina em um deck com vista panorâmica da cidade do Rio de Janeiro. Outro atrativo é o observatório de 11 metros de altura, que proporciona uma vista deslumbrante de toda a área reflorestada.





Vitor Valente, chefe da APA Petrópolis, falou sobre a reabertura do espaço:“É emocionante estar aqui e ver de perto o que foi feito nessa área. A recuperação de um manguezal como esse tem um valor imenso. O mangue é um verdadeiro berçário da vida marinha, é essencial para o equilíbrio da Baía de Guanabara e de todo o ecossistema ao redor. E ver que essa recuperação foi possível graças à união — do poder público, das ONGs, da comunidade — isso é algo que precisa ser valorizado. Eu fiquei realmente impressionado com a mobilização social que aconteceu aqui. Esse trabalho mostra que, quando todos se unem por um propósito comum, os resultados aparecem. Esse parque é uma vitória da natureza, mas também é uma vitória da colaboração e do esforço coletivo.”
O Secretário de meio ambiente, Carlos Henrique, disse que a reabertura do parque é um marco na história de Magé: “Quando a gente olha para essa área e vê o verde onde antes só havia lama e destruição, a gente entende o verdadeiro significado de recuperação ambiental. Cada muda plantada, cada espécie que voltou a habitar esse solo, é um sinal de que a natureza responde quando a gente cuida. Este parque é muito mais do que um espaço de lazer — é uma sala de aula a céu aberto, um laboratório vivo, um pulmão para a Baía de Guanabara. Que esse seja apenas o primeiro de muitos passos na reconstrução ecológica do nosso município.”
Educação, pesquisa e futuro
Além de lazer e contato com a natureza, o parque terá papel fundamental na educação ambiental e na pesquisa científica, com alojamentos para pesquisadores e uma sala de exposição sobre a história do desastre e da recuperação.
Oficialmente reconhecida como Área de Proteção Ambiental (APA) pelo Decreto Municipal Nº 2795/12, essa região se firma como um exemplo nacional de que, mesmo após grandes tragédias, é possível promover o renascimento ecológico por meio de ações persistentes e políticas públicas comprometidas com o meio ambiente.
Veja como visitar o Parque
Grupos escolares e turistas podem viver uma experiência de imersão na vida do mangue. Conhecendo o berçário desse habitat e como foi o processo de recuperação que transformou essa área de pesca artesanal comunitária, destruída por um vazamento de óleo no ano 2000 num grande parque a céu aberto, cheio de vida.
Na visita guiada, os turistas terão a oportunidade de explorar o Parque Barão de Mauá em diferentes planos. Através das passarelas, ver o efeito das marés, várias espécies, encontrar uma vista da Baía de Guanabara que você só tem aqui, e ainda acessar o observatório de pássaros que tem 11 metros de altura.
O agendamento de visitas está disponível para grupos organizados com no mínimo 10 e no máximo 24 pessoas para um roteiro que dura até 50 minutos. Os horários são agendados no período entre 9h da manhã até 15h (último horário de entrada no parque), de quarta a domingo.