A corrida eleitoral para o governo do estado do Rio de Janeiro em 2026 já está tomando forma, com dois nomes se destacando como principais favoritos: o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Rodrigo Bacellar (União Brasil). Ambos possuem grande influência política e têm se articulado para conquistar apoio popular e partidário, mas a disputa promete ser acirrada, com um cenário repleto de desafios e incertezas.
Eduardo Paes: Líder nas pesquisas, mas ainda indefinido
Eduardo Paes surge como o favorito nas pesquisas para o governo estadual. Com uma gestão bem avaliada na prefeitura do Rio e uma base eleitoral sólida, ele lidera com folga os levantamentos mais recentes. O Instituto Paraná Pesquisas, por exemplo, apontou que Paes tem 48,9% das intenções de voto no primeiro cenário, o que o coloca bem à frente de outros possíveis concorrentes, que não ultrapassam os 9%. Sua popularidade tem sido um dos principais motores dessa liderança, especialmente após a sua reeleição em 2024, com 60,47% dos votos válidos.
No entanto, apesar do forte apoio nas pesquisas, Paes tem sido categórico ao afirmar que seu objetivo é concluir o mandato à frente da prefeitura. Em entrevista à CNN Brasil, o prefeito destacou que não tem planos de abandonar a administração municipal para se lançar ao governo estadual, dizendo: “Não, não vou não, sou candidato a ficar na prefeitura do Rio. Estou igual aquele filme que ganhou o Oscar ‘Ainda Estou Aqui’, quatro vezes.”
Essa postura tem gerado um certo clima de incerteza sobre a candidatura de Paes, já que seu nome continua sendo cotado nas articulações políticas. Sua possível saída da prefeitura poderia alterar significativamente o cenário eleitoral, mas por enquanto, ele se mantém firme na sua decisão de não se candidatar ao Palácio Guanabara.
Rodrigo Bacellar: O nome da base governista e as articulações políticas
Rodrigo Bacellar, atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), também é um dos nomes mais fortes na corrida eleitoral para o governo do Rio. Ele tem se posicionado como uma opção viável para dar continuidade às políticas do atual governador Cláudio Castro (PL), que já declarou apoio à sua candidatura. Bacellar, que foi reeleito por unanimidade para a presidência da Alerj, tem buscado consolidar sua imagem como um político experiente e alinhado à base governista, o que poderia garantir uma grande força nas urnas.
O apoio de Castro, embora relevante, não é suficiente para garantir a candidatura de Bacellar, uma vez que ele enfrenta o desafio de lidar com a possível candidatura de Thiago Pampolha (MDB), o vice-governador do estado. Pampolha também tenta se posicionar como o candidato da continuidade, o que tem gerado discussões internas dentro da base governista sobre quem deve representar oficialmente o grupo na eleição de 2026. Apesar dessa divisão, Bacellar tem mantido uma agenda de articulações políticas para fortalecer seu nome e garantir apoio de outras lideranças.
Em entrevista recente, Bacellar afirmou que está focado na continuidade do trabalho realizado pelo governo atual, mas também tem buscado criar um discurso próprio para atrair eleitores que desejam um Rio de Janeiro com mais investimentos em áreas como saúde, segurança pública e infraestrutura.
O Cenário Político: Desafios e alianças estratégicas
A disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2026 promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos. A liderança de Eduardo Paes nas pesquisas eleitorais é um trunfo importante, mas sua indefinição sobre a candidatura cria um ambiente de incerteza que pode abrir espaço para novas alianças ou até mesmo para o surgimento de outros nomes fortes.
Por outro lado, Rodrigo Bacellar tem buscado reforçar sua posição dentro da base governista, trabalhando para unir as diversas facções políticas que apoiam o governo de Cláudio Castro. A luta interna entre Bacellar e Pampolha pode enfraquecer a candidatura governista, caso não seja resolvida de maneira estratégica. No entanto, o apoio de lideranças como Castro e a experiência política de Bacellar podem torná-lo uma opção atraente para quem busca a continuidade das políticas estaduais.
O que está claro é que a eleição de 2026 será marcada por intensas articulações políticas. Paes, embora tenha uma forte liderança, tem se mostrado relutante em entrar na disputa pelo governo. Enquanto isso, Bacellar segue avançando em sua busca por apoio e alianças, visando uma candidatura que, embora não seja unanimidade, representa uma chance de continuidade para o grupo que hoje comanda o estado.
A indefinição sobre a candidatura de Paes e os desafios internos de Bacellar tornam o cenário político dinâmico e imprevisível. Nos próximos meses, a configuração das alianças, o posicionamento dos principais atores e as movimentações nas redes sociais serão fundamentais para definir quem realmente estará no páreo na eleição para o Palácio Guanabara. Uma coisa é certa: 2026 promete ser um ano de grande disputa e muita articulação no cenário político do Rio de Janeiro.