Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), deu início à “Operação Expurgo”, uma ação coordenada para combater crimes ambientais na comunidade do Caju, localizada na Zona Portuária. A operação visa desmantelar uma rede criminosa que, segundo investigações, tem promovido o descarte irregular de resíduos, transformando a área em um grande lixão e colocando em risco o meio ambiente local.
As investigações começaram após uma denúncia do Inea, revelando que narcotraficantes se associaram a diversas empresas de gestão de resíduos, cobrando taxas para permitir o descarte irregular de materiais. Essa prática ilegal não só contamina o lençol freático, mas também destrói a vegetação de mangue, resultando em um prejuízo ambiental estimado em quase R$ 5 milhões. O governador Cláudio Castro destacou a importância das operações policiais contínuas para combater o crime organizado e restaurar a ordem nas comunidades afetadas.
Durante a operação, foram identificadas 10 empresas que estão envolvidas em atividades ilegais na região, incluindo uma que possui contrato com a prefeitura. Essa empresa é suspeita de desviar maquinários e equipamentos para facilitar a operação dos lixões clandestinos, que estão sob controle do tráfico de drogas. Em resposta a essas atividades, a DPMA pediu a apreensão de 17 caminhões utilizados para o descarte irregular.
Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, enfatizou que as facções criminosas buscam expandir seus territórios sem se importar com o impacto ambiental, e a ação da polícia tem como objetivo limitar esse crescimento e proteger o meio ambiente. Paralelamente, os técnicos do Inea estão realizando um levantamento da quantidade de resíduos acumulados e do impacto ambiental causado pela poluição na região.
A operação ocorre em um contexto de monitoramento contínuo dos crimes ambientais nas margens da Baía de Guanabara, com o uso de tecnologias avançadas para mapear e identificar irregularidades. As multas para as empresas envolvidas podem chegar a R$ 5 milhões, refletindo a gravidade dos crimes ambientais cometidos.
Vale destacar que a área do Caju não é estranha à violência. No Natal passado, uma ação da DPMA resultou no resgate de um homem que havia sido capturado por traficantes e torturado. A rápida resposta da polícia salvou a vida do refém e resultou na morte de um criminoso durante o confronto.