A empresária Paloma Lopes, de 31 anos, faleceu enquanto realizava um procedimento estético em uma clínica localizada na zona leste de São Paulo. O valor do procedimento, conhecido como “hidrolipo”, foi de R$ 10 mil, segundo informações do marido, Everton Lopes, que estava presente no momento do ocorrido.
Everton relatou que Paloma começou a passar mal durante o procedimento e que, apesar disso, os profissionais da clínica não realizaram manobras de reanimação. A clínica onde ocorreu o incidente é a Maná Day, administrada pelo médico Josias Caetano dos Santos.
Histórico de Processos por Erros Médicos
O médico Josias Caetano dos Santos, responsável pelo procedimento, acumula pelo menos 22 processos judiciais por negligência médica em São Paulo. De acordo com o advogado José Beraldo, que representa várias vítimas, há relatos de mulheres que sofreram danos severos, incluindo mutilações e cicatrizes.
“São mulheres que buscaram melhorar sua autoestima e encontraram o horror. Essa é a realidade”, afirmou Beraldo.
Os processos estão em diversas etapas judiciais e abrangem danos morais e estéticos. Atualmente, as perícias médicas determinadas pela Justiça estão sendo realizadas no Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC).
Casos Graves de Complicações
O médico é conhecido por realizar procedimentos como lipoaspiração e colocação de próteses de silicone, tanto em hospitais da capital quanto em seu consultório particular, no bairro do Tatuapé. Entretanto, o consultório não possui infraestrutura adequada para cirurgias.
Entre os casos de negligência, uma paciente relatou que perdeu o mamilo após uma cirurgia de mamoplastia redutora realizada em 2019. Após a constatação de necrose em uma das aréolas, Josias realizou procedimentos reparadores que não surtiram efeito. A vítima pede uma indenização de quase R$ 70 mil pelos danos sofridos.
Condenação Anterior
Em 2013, Josias foi condenado a pagar R$ 20 mil por danos morais a uma paciente que enfrentou complicações após um implante de silicone. Na ocasião, o médico não prestou o atendimento adequado no pós-operatório, o que agravou o quadro de hemorragia da paciente.
A Justiça concluiu que a falta de estrutura e o atraso no atendimento contribuíram para o quadro de anemia da mulher, reforçando a negligência do profissional.
Posicionamento do Cremesp
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou, por meio de nota, que está investigando o caso relatado pela imprensa, mas destacou que os processos tramitam sob sigilo.
Até o momento, a defesa do médico Josias Caetano dos Santos não se pronunciou sobre as denúncias.