O estado do Rio de Janeiro enfrenta uma grave crise hídrica causada por um período prolongado de seca. Na manhã desta segunda-feira (16), o governador Cláudio Castro anunciou um plano de contingência para mitigar os efeitos da escassez de água e informou que aproximadamente dois milhões de pessoas estão sendo afetadas em municípios como Maricá, São Gonçalo, Itaboraí e Niterói.
Durante o anúncio, o governador destacou que medidas emergenciais estão sendo tomadas para garantir que a população seja o menos impactada possível. “Estamos sofrendo uma crise hídrica. Olhamos um plano de contingência para mantermos a normalidade. Dois milhões de pessoas estão com restrição em municípios como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá”, declarou Castro. Além disso, ele mencionou que ações de publicidade estão sendo preparadas para conscientizar a população sobre a importância de economizar água.
Além da seca, o estado também lida com o aumento de queimadas. O governador informou que mais de 20 pessoas estão sendo investigadas por suspeita de provocar incêndios florestais. “Notamos a ação humana em algumas das queimadas. Já temos investigações e esperamos que, até o final da semana, mandados de prisão sejam cumpridos”, afirmou.
Redução no Abastecimento de Água
A situação crítica já levou o município de Guapimirim, na Baixada Fluminense, a decretar estado de emergência. A solução encontrada foi a realização de um rodízio no fornecimento de água e a contratação de caminhões-pipa para suprir a demanda.
De acordo com o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Aguinaldo Ballon, a captação de água no sistema Imunana-Laranjal, que abastece a região de Niterói a Maricá, foi reduzida em 10%. Ele pediu à população que economize água, utilizando-a apenas para atividades essenciais, como cozinhar e tomar banho. “Estamos com uma redução de 10% de captação e produção para cada uma das concessionárias. Isso significa que cada concessionária faz seu manejo do jeito que achar necessário”, explicou.
Ballon também alertou que o Sistema Acari, responsável pelo abastecimento de municípios da Baixada Fluminense, está operando com 30% a menos de capacidade, mas que medidas compensatórias estão sendo implementadas para minimizar os impactos.
Queimadas e Investigação
O estado do Rio de Janeiro registrou cerca de 17 mil incêndios florestais nos últimos nove meses, e o Corpo de Bombeiros está em alerta máximo para combater novos focos. Atualmente, 12 focos de incêndio estão sendo combatidos pelos bombeiros, e as autoridades trabalham para identificar os responsáveis pelas queimadas criminosas.
Na semana passada, o governo estadual criou um Gabinete de Gestão de Crise para coordenar as ações de combate às queimadas e monitorar a situação climática. Desde a sua criação, mais de mil focos de incêndio foram extintos.
Impacto na População e Expectativa de Melhoras
A previsão é que a situação permaneça crítica até o final de setembro, mas com uma possível melhoria em outubro. Enquanto isso, as autoridades seguem reforçando a importância de economizar água e denunciar qualquer atividade suspeita de queimadas.
Cláudio Castro garantiu que os recursos para o Corpo de Bombeiros não foram cortados e que mais de R$ 400 milhões estão disponíveis para o combate a incêndios. O governador finalizou sua declaração reafirmando o compromisso com a segurança da população e a punição dos responsáveis pelas queimadas criminosas.
Com a seca e os incêndios afetando amplamente o estado, a população do Rio de Janeiro enfrenta um desafio duplo: economizar água e lidar com a ameaça constante de novos focos de incêndio. A colaboração entre governo, órgãos ambientais e a sociedade será essencial para superar essa crise.
