Search
Close this search box.

Seca extrema atinge cachoeiras e mananciais em Nova Friburgo, RJ, agravando crise ambiental

A Região Serrana do Rio de Janeiro está enfrentando uma das secas mais graves já registradas. Em Nova Friburgo, cachoeiras e mananciais, como os do Parque Municipal Juarez Frotté e da Pedra do Caledônia, estão secando, afetando tanto o turismo quanto a fauna local. O guarda-parque Sinval Araújo, que trabalha na região há sete anos, afirmou nunca ter presenciado uma seca tão severa. “Os animais estão sumindo, os peixes já estão morrendo, e o cenário é muito preocupante”, disse Sinval ao g1.

O ambientalista Juran Santos, do projeto Aventura Animal, reforçou a gravidade da situação. Ele relatou que, em uma caminhada recente pela Pedra do Caledônia, encontrou cinco nascentes completamente secas. “Nunca vi áreas como essas sem água. Precisamos nos preocupar com a economia de água e cuidar da nossa natureza”, alertou Juran.

Consequências locais e globais

O geólogo Fernando Cavalcante também expressou sua preocupação, destacando que a seca na região do Caledônia é um reflexo de um problema maior. “No início do século passado, cada propriedade tinha sua nascente. Hoje, muitas dessas propriedades estão sem água”, explicou ele, ressaltando que essa situação é consequência das mudanças climáticas.

O geólogo chamou atenção para a gravidade do problema em todo o Brasil, que enfrenta a pior seca em 44 anos. “Estamos batendo recordes de temperatura e enfrentando queimadas em diversas regiões. Esse é um problema global que demanda soluções locais”, concluiu Cavalcante.

Ação governamental e criação da Autoridade Climática

Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, em um evento realizado nesta terça-feira (10) em Manaus, a criação da Autoridade Climática. A medida faz parte de um plano para combater os efeitos do aquecimento global e os eventos climáticos extremos, como a seca em Nova Friburgo.

“Nosso objetivo é ampliar e acelerar as políticas públicas para enfrentar esses riscos climáticos. Vamos criar uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que ajude a implementar ações do governo federal”, afirmou o presidente. A criação desse órgão foi uma promessa de campanha de Lula e busca coordenar estratégias para mitigar os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

A seca e as queimadas, que já atingem todas as regiões do país, ameaçam tanto a biodiversidade quanto a infraestrutura urbana. A nova autoridade terá a responsabilidade de liderar as estratégias de adaptação e mitigação desses eventos, promovendo o alinhamento entre diferentes esferas do governo.

Com a criação da Autoridade Climática, espera-se que o Brasil intensifique suas ações contra os desafios ambientais, colaborando para a preservação dos recursos naturais e a proteção da população frente aos fenômenos climáticos extremos.

Mais Matérias

Pesquisar...