Governo Milei bane uso de linguagem neutra na administração pública

O porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, anunciou hoje (27) que o presidente Javier Milei decidiu proibir o emprego da linguagem inclusiva ou neutra em toda a administração pública nacional.

Adorni ressaltou que os documentos dos ministérios não poderão mais utilizar o símbolo de arroba, “x” ou “e” no lugar de letras específicas, nem optar por termos no feminino se a versão masculina já englobar todos os gêneros.

“Estamos empenhados em barrar o uso da linguagem inclusiva e qualquer abordagem relacionada à perspectiva de gênero na administração pública nacional”, enfatizou Adorni.

Ao ser questionado sobre as pessoas que se identificam com a linguagem inclusiva, Adorni respondeu que “a língua que engloba todas as esferas é o castelhano, o idioma espanhol”, e afirmou que o governo não participará dessa discussão.

Na semana anterior, o Ministério da Defesa da Argentina já havia emitido uma resolução que determinava que os organismos da pasta e as Forças Armadas deveriam adotar o idioma espanhol conforme as normativas da Real Academia Espanhola (RAE) e manuais próprios das forças de segurança, proibindo o uso da linguagem inclusiva.

O texto argumentava que as comunicações militares precisam ser “breves, claras e concisas”, e que uma interpretação inadequada poderia afetar o desenvolvimento das operações e gerar confusão.

No Twitter, o deputado do Partido Obrero, Gabriel Solano, reagiu ao pronunciamento do porta-voz, afirmando: “Deixem as pessoas se expressarem como desejarem. O Estado proibir o uso da linguagem inclusiva é um ato de fascismo”.

Essa medida do governo de Javier Milei gera debates acalorados sobre liberdade linguística e representatividade, refletindo os diferentes posicionamentos dentro da sociedade argentina.

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