Projeto remunera pescadores por coleta de lixo no mar

Fundação Florestal, órgão de conservação do meio-ambiente do Estado de São Paulo, iniciou um projeto inovador para remover o lixo da costa paulista. A instituição governamental irá pagar pescadores de camarão pelo lixo coletado em Áreas de Proteção Ambiental (APA) marinhas.

O modelo de remuneração chamado de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) é novo e nunca foi aplicado no Brasil. A lei que o regulou foi aprovada somente no ano passado e a Fundação Florestal tenta implementar sua primeira versão em pequena escala com pescadores de arrasto.

Pescadores artesanais de camarão que fazem pesca de arrasto que já são cadastrados na Fundação Florestal que atuam em Itanhaém, Cananeia e Ubatuba irão ser remunerados com vale alimentação de acordo com a quantidade de quilos de lixo que levarem para o descarte correto da poluição marítima.

De acordo com a Fundação, os pescadores sempre reclamavam que, durante o arrasto, pescavam muito mais lixo do que camarões. A ideia da política pública é que esse lixo não seja devolvido ao mar e, de forma pequena, a poluição seja mitigada na costa das cidades.

“A gente só vê a ponta do iceberg da poluição no mar. Esse projeto é uma iniciativa pequena, mas é um primeiro passo. O objetivo principal do projeto é criar um mecanismo de incentivo à remoção de resíduos e retornar o lixo para a gestão logística correta”, explica Joana Fava, bióloga da Fundação Florestal.

O projeto foi estabelecido em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA). A ideia é que ele comece a ser aplicado já nesse mês e, caso ele se mostre seguro e eficaz, o PSA pode se expandir para as 15 cidades do litoral paulista.

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