A Secretaria Municipal de Saúde do Rio pediu ao governo do estado para avaliar a possibilidade de abrir novos leitos para Covid-19, em meio ao avanço da variante ômicron.
O pedido foi feito em um documento obtido pelo g1, que sugere ainda a análise de viabilidade para a destinação de uma instituição de referência para o tratamento da doença.
Segundo o secretário municipal, Daniel Soranz, a medida seria importante para ampliar acesso a serviços de saúde.
“Temos que estar preparados e a rede federal fechou muitos leitos que poderiam estar disponíveis”, diz ele em alusão aos hospitais Clementino Fraga Filho e de Bonsucesso.
O documento sugere a “reconversão de leitos”, isto é, que leitos que já foram para pacientes com Covid-19 e foram abertos para pessoas com outras doenças voltem a ser abertos para as vítimas da pandemia.
A carta foi enviada na quarta-feira (5) ao secretário estadual, Alexandre Chieppe, e escrita pela subsecretária geral da rede municipal, Fernanda Adães Brito.
De acordo com a autora, há aumento da demanda por leitos de internação nos últimos dias e a rede hospitalar estadual pode vir a ser importante para supri-la.
“(Solicita) que seja avaliada a possibilidade de reconversão dos leitos para atendimentos aos pacientes com Covid19 nas unidades da rede estadual de saúde considerando o recrudescimento acentuado dos casos de Covid19 decorrentes da introdução da nova variante (Ômicron) no município do Rio de Janeiro e a necessidade de estruturação da rede assistencial para esta retaguarda”.
O número de internações na capital vem aumentando ao longo dos dias. No dia 25 de dezembro, eram 12 pessoas na capital. Nesta quinta, são 33. A taxa de ocupação da rede está em 39%.
Na rede estadual, a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 9%.
“Propomos também que seja analisada a viabilidade de destinação de uma instituição de referência para o tratamento de Covid-19, conforme realizado outrora em período de ocorrência de aumento de casos da doença.”
Aumento de casos
A média móvel de casos na quarta-feira foi de 1.573 casos confirmados, quase 15.000% a mais do que na semana passada.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, não há mais represamento no site do Ministério da Saúde sobre o registro de casos.
Na capital, o número de testes positivos chegou a 41% nessa semana. É o maior número para uma semana desde a segunda semana de janeiro de 2021
Naquela época, porém, eram 500 pessoas internadas em UTI e outras 500 em enfermaria. Agora, são 26 pacientes internados. Ou seja, graças à ampla adesão da vacinação na capital fluminense, o número de pacientes em hospitais públicos do Rio é 40 vezes menor.