Após ser cancelada em 2020 em decorrência da pandemia, a F8, evento de desenvolvedores do Facebook, voltou nesta quarta, 2, em versão virtual. Mark Zuckerberg, presidente executivo da empresa, deu o tom logo no início, deixando claro de que tratava-se de um evento técnico, que abandonava as proporções gigantescas das versões mais recentes do evento.
A empresa focou em recursos de seus diversos apps de mensagens em relação ao mundo dos negócios. Para o Facebook, a principal forma de comunicação entre as pessoas e as empresas ocorre por apps de mensagens – é por trás dessa visão que a companhia tenta fazer com que usuários do WhatsApp aceitem os novos termos do app, que oficializa o compartilhamento de dados entre WhatsApp e Facebook quando usuários se comunicarem com contas comerciais do WhatsApp.
Na conferência, o Facebook abriu para todos os criadores a API do Messenger para o Instagram, o que permite que desenvolvedores turbinem a ferramenta de mensagens no app de fotos para funções comerciais.
Em relação ao uso comercial do WhatsApp, o Facebook afirmou que a API do WhatsApp for Business, que permite negócios utilizarem recursos especiais juntos aos seus clientes, fica disponível agora em cinco minutos – esse processo levava semanas anteriormente. Empresas também terão mais opções de respostas automatizadas. O Facebook também aumentou as possibilidades de menus para chats com bots.
O Facebook lançou uma ferramenta chamada de Conexão de Login, em que usuários e lojas usam a plataforma da rede social para se conectar e manter a conversa no aplicativo Messenger. É possível, por exemplo, inserir o recurso na página do website de um lojista para que o cliente clique e inicie uma conversa com a loja diretamente pelo mensageiro — permitindo um atendimento mais personalizado.
Outra novidade é que o lançamento do Facebook Business, ferramenta que permite que as empresas monitorem atividades nas três aplicações do grupo (Facebook, Instagram e WhatsApp), facilitando a criação de apps e recursos integrados.
Volta das pesquisas
O Facebook voltou a abrir sua plataforma para que pesquisadores possam utilizar dados da rede social para conduzir estudos. Isso era algo que estava vetado desde 2018, após o caso da Cambridge Analytica, maior escândalo da história do Facebook. Nele, um teste de personalidade para fins acadêmicos acabou deturpado e se transformou numa máquina de informações para a firma britânica de marketing político. Foram usados indevidamente os dados de 87 milhões de usuários da empresa.
Agora, com a API para pesquisadores, o Facebook abrirá espaço para que dados de páginas públicas, grupos, eventos e dados de posts individuais (chamados de post-level data) de usuários americanos. Ele estará disponível para a comunidade acadêmica ainda neste ano.
Realidade aumentada
Um dos temas discutidos foi realidade aumentada, um dos pontos de foco do Facebook. O Spark AR, plataforma móvel de realidade aumentada da empresa, ganhou uma nova API, a Multipeer. Com ela, desenvolvedores poderão criar novos efeitos, como filtros para Instagram que dão a sensação compartilhada de espaço. Por exemplo, numa vídeochamada, todos os participantes poderão ganhar chapeus de aniversário. Segundo o Facebook, a plataforma tem 2 milhões de efeitos criado por 600 mil desenvolvedores em 190 países.
Um outro recurso mostrado é o de captação de corpo para câmeras de celular, de modo que os criadores possam rastrear o corpo das pessoas e inserir efeitos que acompanhem movimento em vídeo.