Nesta terça-feira (30), o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, voltou a se desculpar pela festa de aniversário que celebrou em Itaipava, em Petrópolis, Região Serrana do Rio, em meio à pausa emergencial.
Um decreto da Prefeitura de Petrópolis proíbe aglomerações, inclusive em confraternizações. Dias antes, Castro havia pedido para que as pessoas não fizessem festas.
“Foi uma comemoração que era para minha família, para os meus pais, sogros, pessoas que convivem comigo todo dia. Ontem mesmo pedi desculpa. Sinceramente, acho que esse assunto… é importante quando a autoridade reconhece o erro e a gente tem a humildade de reconhecer quando erra. Já pedi desculpa”.
“Hoje é dia de bons anúncios, boas notícias. Não lembro nenhum dia de ter trabalhado domingo, então não há escala de ninguém no palácio”.
O RJ1 flagrou pessoas aglomeradas e sem máscara. O evento estava “muito cheio”, segundo uma funcionária. Um convidado também relatou desrespeito às normas sanitárias.
“Minha mulher falou que ‘tudo’ bêbado, ‘tudo’ sem máscara, bebendo. Tá nem aí”, disse.
Além disso, o evento contou com servidores estaduais — como um cozinheiro da sede oficial do governo, o Palácio Guanabara— e uso de veículo pago com dinheiro público. As condutas podem configurar improbidade administrativa.
O Ministério Público analisa quais providências podem ser tomadas no caso.
O que diz o governador
Sobre o uso de funcionários do governo, Castro informou que convidou os funcionários, com quem já convive, para fazer o almoço e pagou do próprio bolso a diária a eles. Sobre a van, disse que o carro está sempre a serviço do governador e é usado como apoio pros segurança.
O governador informou ainda que a casa foi alugada em setembro do ano passado pelo pai do governador. Em vídeo postado nas redes sociais, pediu desculpas pela festa, que chamou de almoço com familiares. “Realmente, alguns amigos acabaram aparecendo”, disse.
Na semana passada, em entrevista coletiva, Castro apelou para que a população respeitasse as normas mais rígidas contra o coronavírus, determinadas por ele próprio.
“Não é hora de fazermos festa. Tem muita gente morrendo, muita gente na fila de um hospital. Esse é um feriado pra nós ficarmos em casa”, disse.
Desde sexta-feira (26), o Rio de Janeiro está numa “pausa emergencial”. É uma paralisação para reduzir a circulação de pessoas e tentar diminuir o número de casos de Covid.