A capital argentina é a zona mais afetada pela pandemia com a maioria dos óbitos, mas a reabertura dos cafés, bares e restaurantes foi autorizada porque o número de casos de coronavírus está estabilizado há cerca de 20 dias na cidade. Além disso, as autoridades locais entendem que o pico já passou. O país entrou em quarentena “obrigatória” e nacional no dia 20 de março. Nos últimos meses, o governo nacional vem flexibilizando o confinamento apesar do aumento de contágios, principalmente no interior do país. A longa quarentena argentina vinha deixando o país em uma situação econômica ainda mais difícil.
No caso dos bares, cafés e restaurantes da cidade a retomada não é simples. Segundo dados da Associação de Hotéis, restaurantes, confeitarias e cafés (AHRCC), cerca de 40% da oferta gastronômica da capital argentina sucumbiu nos meses de fechamento e não reabrirão suas portas. A AHRCC informou que em torno de 3.200 estabelecimentos fecharam definitivamente durante a quarentena, deixando mais de 20 mil funcionários sem emprego. Entre estes estabelecimentos, estão muitos históricos da cidade, como os chamados “bares notáveis”, que são lugares tombados pela prefeitura local por sua importância histórica, por onde desfilaram escritores, artistas e personagens icônicos de Buenos Aires.
O governo prometeu que, nesta nova fase, que começou nesta semana, diminuirá imposto e aumentará o prazo para pagamento de dívidas da quarentena. Os estabelecimentos esperam que, com a utilização dos espaços abertos e entregas, voltem a gerar até 35% da renda do que costumavam gerar antes da pandemia. Ainda assim, representantes do setor alertaram o governo que, para que o negócio seja lucrativo, é preciso alcançar uma ocupação de 70% do local, fato que está longe de se tornar realidade já que a cidade impôs regras de distanciamento entre as mesas, um máximo de quatro ocupantes por mesa, entre outras medidas.
Mas, apesar deste quadro, por sua tradição, algumas imagens, dos últimos dois dias, fizeram lembrar a era na cidade de Buenos Aires antes da pandemia.