Pesquisadores investigam presença do coronavírus em esgoto de comunidade na Zona Sul do Rio

Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram na manhã desta segunda-feira (27) à Favela Santa Marta, em Botafogo, para investigar se há a presença do coronavírus na rede de esgoto da comunidade da Zona Sul do Rio. A iniciativa conta com o apoio de moradores da região.

Heitor Evangelista, pesquisador da Uerj, desenvolveu um equipamento que recolhe micropartículas que são disseminadas por meio dos esgotos. Segundo ele, em regiões como esta a possibilidade de contaminação é maior.

“Porque nestas comunidades, e o Santa Marta é um exemplo bem claro disso, tem bastante esgoto a céu aberto. Quando o esgoto entra numa declividade [ladeira abaixo], aquela turbulência da descida acaba gerando um spray, que são gotículas desse esgoto que se espalham pelas vielas onde as pessoas transitam”, afirmou o pesquisador.

A equipe foi avaliar qual o impacto do contato com estas gotículas nas comunidades com a ajuda de equipamentos como os que verificam a qualidade do ar.
“Porque você tem muita gente que passa do lado de aérea com esgoto a céu aberto, que produz uma nuvem de pequenas partículas. Que se ela estiver com vírus associados a ela, uma pessoa poderia incorporar esse vírus e se contaminar”, completou Evangelista.
O Rio de Janeiro registrou até domingo (26) 12.835 mortes e 156.325 casos confirmados de Covid-19, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde.
No mês de junho, um teste feito pela Fundação Oswaldo Cruz em amostras de esgoto detectou 94% de contaminação pelo coronavírus em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Pesquisadores da Uerj recolhem amostras de esgoto no Santa Marta, no Rio — Foto: Reprodução
Pesquisadores da Uerj recolhem amostras de esgoto no Santa Marta, no Rio — Foto: Reprodução

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