Os empresários de Nova Friburgo esperam que a ampliação no atendimento para os casos de Covid-19, com a aquisição de mais 29 respiradores pela Secretaria Municipal de Saúde, seja levada em consideração nas decisões sobre a flexibilização do isolamento social e do retorno das atividades de comércios e indústrias. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende, junto com outras entidades ligadas ao comércio local, tem participado de reuniões com o Ministério Público com a intenção de suspender a liminar que impediu o retorno gradual das atividades.
A liminar apresentada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foi acatada pela 2ª Vara Cível da Comarca de Nova Friburgo, determinando que fossem mantidas as medidas de isolamento e distanciamento social, instituídas pelo Decreto Municipal 541/2020, que estabeleceu o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia. Uma das considerações apresentadas no documento tratava justamente da taxa de ocupação dos leitos de UTI para evitar um colapso do sistema de saúde.
“Formamos um grupo para promover um debate amplo com o Ministério Público sobre como os setores do comércio e da indústria podem colaborar com o enfrentamento da pandemia e ainda fomentar a economia. Nossa intenção é firmar um pacto que permita a retomada da atividade econômica de forma responsável e segura”, afirma Bráulio Rezende.
Segundo o presidente da CDL e Sincomércio, entre as medidas de segurança estariam ações como: medir a temperatura dos funcionários diariamente e orientar o isolamento domiciliar em caso de suspeita de contaminação; oferecer equipamentos de proteção e estimular o uso de máscaras por todos; fornecer álcool em gel para funcionários e clientes; higienizar constantemente os estabelecimentos; limitar o números de pessoas dentro dos comércios, entre outras.
“Nossas sugestões incluem ainda a determinação de um horário diferenciado de funcionamento dos comércios para evitar aglomerações”, complementa Braulio Rezende.
Número de pessoas nas ruas cresce
“Recebemos a notícia da entrega dos novos respiradores e acreditamos que esse seja o momento para começarmos a flexibilização. Temos percebido um movimento muito grande de pessoas na rua, o que demonstra que o isolamento não está sendo de fato cumprido. Mas ainda assim, o comércio e as indústrias seguem sem poder funcionar”, pondera o presidente.
De acordo com Braulio Rezende, a abertura gradual seria o primeiro passo para evitar demissões e o encerramento das atividades de várias empresas. Segundo ele, ainda não é possível saber quantos estabelecimentos não voltarão a abrir, mas as informações das imobiliárias de entrega de pontos comerciais são preocupantes.
“Perdemos duas datas importantíssimas, que são o Dia das Mães e dos Namorados. O comércio de roupas está com a coleção de inverno toda no estoque, não podem vender, mas ainda tem que pagar fornecedores, aluguel, taxas, e ainda pensar no abastecimento da próxima coleção. As indústrias estão recebendo pedidos de outros estados, que já iniciaram essa flexibilização, mas estão impedidas de atender”, exemplifica o empresário.
Sem nenhum auxílio por parte dos governos Federal e Estadual, muitos empresários buscam alternativas para continuar os negócios. As vendas on-line tem ajudado, com elas o sistema de delivery teve um crescimento exponencial na cidade, mas não são todos os segmentos que estão conseguindo continuar funcionando.