O presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Guilherme Delaroli (PL), determinou o arquivamento das duas principais Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Casa: a dos Serviços Delegados, conhecida como CPI das agências reguladoras, e a da Transparência. A decisão foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial desta quinta-feira (18).
Consideradas as mais combativas da Alerj, as duas CPIs eram comandadas por parlamentares aliados do presidente afastado da Casa, Rodrigo Bacellar (União), e vinham causando forte desgaste ao governo do governador Cláudio Castro (PL). Entre os principais integrantes das comissões estavam os deputados Alan Lopes (PL), Filippe Poubel (PL) e Rodrigo Amorim (União).
Em nota, a assessoria de Guilherme Delaroli afirmou que o arquivamento teve caráter exclusivamente técnico. Segundo o comunicado, as comissões já estavam com os prazos de funcionamento vencidos, o que motivou a decisão administrativa.
“As referidas comissões já estavam com o prazo de continuidade vencido. A decisão do presidente em exercício da Alerj, Guilherme Delaroli, pelo arquivamento, é estritamente técnica, e decorre da transição que está sendo implementada. A presidência seguirá analisando os prazos vigentes de todas as comissões em aberto”, informou a assessoria.
Apesar da justificativa oficial, nos bastidores da Alerj o encerramento das CPIs foi interpretado como um duro golpe político contra o grupo liderado por Rodrigo Bacellar. Independentemente de ter sido motivada por critérios técnicos ou políticos, a medida foi avaliada por parlamentares como um enfraquecimento direto do bloco que comandava as investigações e fazia oposição mais incisiva ao Palácio Guanabara.

