Operação Contenção bloqueia R$ 217 milhões e atinge núcleo financeiro do Comando Vermelho

O Governo do Estado do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (18), uma nova fase da Operação Contenção, direcionada a desestruturar o núcleo financeiro responsável por sustentar a expansão territorial do Comando Vermelho. A ação, conduzida de forma integrada pelas polícias Civil e Militar, resultou na prisão de 15 pessoas, no bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores e na interdição de oito ferros-velhos apontados como centrais de lavagem de dinheiro.

A ofensiva mira o braço econômico utilizado para financiar o crime organizado, especialmente por meio da receptação e comercialização ilegal de cobre e outros metais furtados. De acordo com as investigações, parte substancial dos recursos arrecadados abastecia a construção e manutenção de barricadas erguidas para restringir a circulação de moradores em comunidades dominadas pelo tráfico.

Entre os alvos da operação está o criminoso identificado como “Mentor de Barricadas”, apontado como responsável por financiar e fornecer materiais usados para erguer estruturas que dificultam a atuação policial e ampliam o domínio territorial do Comando Vermelho. Apresentado socialmente como empresário do setor de reciclagem, ele é acusado de chefiar todo o braço financeiro da facção, estruturando o fluxo de dinheiro entre ferros-velhos e o tráfico.

O governador Cláudio Castro afirmou que o objetivo da operação é atingir os grupos criminosos no seu eixo econômico. Segundo ele, o trabalho de inteligência tem mostrado que enfraquecer o financiamento das facções é fundamental para impedir o avanço do crime organizado em diversas regiões do estado.

As ações policiais são cumpridas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, com participação de equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Core, do Bope e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada. A Justiça autorizou uma série de medidas judiciais, incluindo o bloqueio integral de contas, o sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes usados para blindagem patrimonial e a apreensão de veículos de alto padrão vinculados ao grupo investigado.

As análises financeiras conduzidas pela DRF apontaram movimentações ilegais superiores a R$ 217 milhões, incompatíveis com a atividade declarada pelos investigados. O esquema, segundo as apurações, também financiava a vigilância armada e a manutenção de pontos de venda de drogas em áreas da Zona Norte, da Baixada Fluminense e de municípios da Região Metropolitana.

Com a interdição imediata dos ferros-velhos e o afastamento judicial de seus administradores, a operação pretende interromper o funcionamento da cadeia financeira que dava sustentação às atividades da facção. A Operação Contenção segue em andamento, e novas ações podem ocorrer ao longo do dia, dependendo do avanço das diligências e da análise de inteligência.

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