Uma operação da Polícia Civil realizada nessa quinta-feira (13) desarticulou uma estrutura clandestina de fabricação e comércio ilegal de armas de fogo, munições e acessórios bélicos que atuava no Rio de Janeiro e no Paraná. Entre os alvos está o ex-cabo do Exército Carlos Henrique Martins Cotrin, apontado como um dos principais responsáveis por um ponto de produção de armamentos na Baixada Fluminense.
Cotrin foi preso em flagrante após tentar fugir pelos fundos de uma casa em Nova Iguaçu, onde funcionava um centro de produção de armas artesanais. Segundo os investigadores, o local operava de forma contínua, fornecendo armamentos para grupos criminosos da região.
Rede estruturada de armas ilegais
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), teve início a partir da perícia de dispositivos eletrônicos apreendidos em fases anteriores. A análise do material revelou um fluxo intenso de mensagens, vídeos e registros de transações financeiras envolvendo a fabricação e venda clandestina de pistolas, fuzis, metralhadoras e munições artesanais.
Os dados apontam que a organização criminosa tinha uma cadeia de atuação bem definida, incluindo fabricantes, intermediários e compradores. Parte do armamento era enviada por transportadoras privadas com instruções para ocultar o conteúdo, garantindo o anonimato dos remetentes. As operações ilegais geravam lucros que chegavam a 150%, segundo a Polícia Civil.
Durante as diligências, agentes localizaram ferramentas, peças, insumos e equipamentos utilizados para a recarga e montagem de munições. As armas produzidas eram distribuídas sem qualquer tipo de registro ou controle legal.
Armas para milícias e vendas pela internet
De acordo com o delegado da Desarme, Luiz Otávio Franco, a empresa de Cotrin realizava consertos de armas para milicianos de Nova Iguaçu e fabricava fuzis comercializados na internet por valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Em outra fábrica clandestina na Baixada Fluminense, cinco pessoas foram presas. As apreensões incluíram pistolas, revólveres, um fuzil, carregadores, munições e até um lança-rojão.
O governador Cláudio Castro destacou o impacto da operação:
“Essa operação é mais uma prova de que inteligência, integração e tecnologia estão no centro da nossa política de segurança. Estamos desarticulando quem fabrica, quem vende e quem financia a violência.”
Prisão também no Paraná
Com o apoio da Polícia Civil do Paraná, foi preso em casa Márcio Marcelo Ivanklo, outro membro da quadrilha. No imóvel, os agentes encontraram mais de 80 armas, entre espingardas, pistolas e revólveres. Ivanklo vendia armamentos e munições por meio de grupos de WhatsApp e já havia sido detido pela Polícia Federal em 2008.
A Polícia Civil segue investigando a extensão da rede e o destino das armas produzidas ilegalmente. A expectativa é que novas prisões ocorram nas próximas fases da operação.


