A Lagoa da Tijuca já apresenta sinais visíveis de recuperação ambiental. Em pouco mais de um ano de obras, cerca de 750 mil m³ de sedimentos foram retirados, quantidade equivalente a 300 piscinas olímpicas. A ação faz parte da concessão do saneamento, considerada o maior projeto ambiental da América Latina, conduzido pelo Governo do Estado em parceria com o setor privado.
O programa, iniciado em 2021, prevê R$ 32 bilhões em investimentos ao longo de 35 anos, destinados a ampliar o abastecimento de água, reduzir a poluição hídrica e estimular o turismo em todo o Rio de Janeiro. De acordo com o governador Cláudio Castro, a iniciativa já apresenta resultados concretos: “Estamos garantindo água tratada para milhões de fluminenses e preservando nossos ecossistemas para as futuras gerações”.
Água mais limpa e biodiversidade em retorno
O trabalho de dragagem permitiu melhorar a circulação da água entre lagoas e mar, refletindo diretamente na oxigenação do ambiente aquático, que subiu de 5% para 14%. Em alguns pontos, a lagoa ganhou aspecto mais claro. Paralelamente, estão sendo instalados Coletores de Tempo Seco, que bloqueiam esgoto irregular, além de ações de limpeza nas margens.
Essas medidas já possibilitaram o retorno de espécies típicas, como garças, biguás e colhereiros, reforçando o processo de revitalização da fauna.
Investimentos já ultrapassam R$ 4,9 bilhões
Desde o início da concessão, R$ 4,9 bilhões já foram aplicados – R$ 3,68 bilhões em obras de abastecimento de água e R$ 1,21 bilhão em saneamento. Mais de 600 mil moradores passaram a contar com água encanada pela primeira vez. Além disso, o Estado arrecadou R$ 24 bilhões em outorgas, que reforçaram o orçamento municipal e o Fundo Metropolitano.
As melhorias têm impacto direto na vida urbana. Praias como Glória, Flamengo, Botafogo e Urca voltaram a ser próprias para banho, enquanto a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Complexo Lagunar da Barra e Jacarepaguá já apresentam sinais claros de recuperação.
Reconhecimento internacional
Outro destaque foi a conquista da certificação Bandeira Azul, concedida em 2023 a lagoas de água salgada pela primeira vez no país. Entre as áreas contempladas estão Pedras de Sapiatiba, em São Pedro da Aldeia, e a Praia de Ubás, em Iguaba Grande. Das nove praias fluminenses com o selo, sete ficam em áreas de conservação estadual.
Segundo o secretário de Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, a meta é consolidar o Rio como referência em recuperação hídrica: “Estamos resgatando a balneabilidade das nossas praias e lagoas, ampliando o lazer da população e promovendo sustentabilidade”.


