Policiais civis da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) deflagraram, nesta quinta-feira (25), a Operação Breaking Bad, com o objetivo de combater o comércio ilegal de medicamentos controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — especificamente Venvanse e Ritalina.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de quatro investigados em Itaguaí, na Baixada Fluminense. As diligências começaram após uma empresa de marketplace identificar anúncios irregulares dos remédios em sua plataforma.
Segundo a DRCI, os medicamentos são classificados como entorpecentes e psicotrópicos. Por isso, só podem ser vendidos em farmácias e drogarias legalmente autorizadas, mediante a apresentação de receita médica de controle especial — exigência descumprida pelos investigados.
Relatórios do setor de Prevenção à Fraude da empresa apontaram dois perfis, de um homem e uma mulher, que ofereciam os medicamentos de forma recorrente. O dinheiro das vendas era transferido para contas bancárias em nome da filha da dona de um dos perfis.
Os policiais identificaram ainda outra mulher como beneficiária do esquema. Ela era vizinha dos investigados e tinha a função de receber e movimentar os valores ilícitos em contas próprias.
Os alvos podem responder por tráfico de drogas, associação criminosa e crime contra as relações de consumo.
Para que servem os medicamentos?
O Venvanse (lisdexanfetamina) e a Ritalina (metilfenidato) são psicoestimulantes usados principalmente no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
- Venvanse: de ação prolongada, tem efeito de até 12 horas e pode ser usado em dose única diária. Também é prescrito em casos de compulsão alimentar.
- Ritalina: pode ter duração de 4 a 12 horas, dependendo da formulação. Auxilia no controle da atenção e impulsividade em crianças, adolescentes e adultos.
Ambos os remédios só devem ser usados com prescrição médica, devido ao risco de efeitos colaterais como insônia, perda de apetite, irritabilidade e aumento da pressão arterial. Há contraindicações para pessoas com histórico de problemas cardíacos ou psiquiátricos.
