O julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que tem dominado debates nas redes sociais nas últimas semanas, reverberou de forma inusitada em Japeri, na Baixada Fluminense. Durante uma sessão plenária, o vereador José Carlos, conhecido como JC de Souza, filiado ao Partido Liberal (PL), declarou que o ex-presidente “tem que ser preso”.
A fala surpreendeu pela contundência e pelo fato de partir de um representante do mesmo partido de Bolsonaro. JC de Souza fez o pronunciamento enquanto defendia um colega da base política de esquerda no município. Em reunião posterior, o parlamentar manteve sua posição e não se retratou, segundo relatos de bastidores.
A declaração gerou questionamentos sobre a trajetória política do vereador, que já teve proximidade com siglas como PT e PDT antes de ingressar no PL. O episódio levantou debates internos sobre possível infidelidade partidária, já que a sigla tem Bolsonaro como uma de suas principais lideranças nacionais. Especialistas lembram que, caso caracterizada a infidelidade, o vereador pode ser alvo de um processo que leve não apenas a punições internas, mas também à perda do mandato.
De acordo com o estatuto do Partido Liberal, manifestações contrárias às diretrizes da legenda podem resultar em sanções que vão desde advertências até expulsão. No caso de vereadores, cabe às lideranças regionais, com destaque para o diretório estadual, comandado pelo deputado Altineu Cortes, avaliar a conduta e decidir sobre possíveis desdobramentos.
Analistas políticos apontam que o episódio evidencia as tensões internas dos partidos em período pré-eleitoral. Além de repercutir localmente, situações desse tipo podem influenciar negociações futuras e a formação de alianças, sobretudo em cidades estratégicas da Baixada Fluminense.
Veja a repercussão na integra sobre a fala do Vereador em plenário:
