Japeri e o esquecimento de suas raízes culturais

Mais uma vez, Japeri deixou passar em branco datas que marcam profundamente as raízes culturais e históricas da cidade. A ausência de comemorações oficiais contrasta com as lembranças vivas de moradores que, através das redes sociais, resgataram com nostalgia os anos de 2009 a 2016, período em que a cidade promovia grandes celebrações.

Naquela época, sob a gestão de Ivaldo Barbosa, conhecido como Timor, as festividades não apenas valorizavam a cultura local, mas também fortaleciam o comércio e geravam sentimento de pertencimento entre os cidadãos. Comentários como o de Bárbara Hadassa — “Ele ajudava muito os moradores, muito mesmo!” — e de Hélio Delamare — “Saudades da época em que a prefeitura cuidava da educação das nossas crianças e, no 7 de setembro, os estudantes sabiam o que era desfilar e o seu significado” — refletem a memória coletiva de um tempo em que a tradição era celebrada.

Em 2025, contudo, a cidade não apenas deixou de promover os desfiles de 7 de setembro, como também ignorou sua própria emancipação política. O que significa para um município não celebrar uma data que representa vitória e identidade? Qual o impacto para uma população que percebe sua rica herança cultural ser relegada ao esquecimento?

O sentimento dos moradores de Japeri parece traduzir uma crítica silenciosa: em seis anos consecutivos, as manifestações culturais não receberam prioridade. E quando a cultura perde espaço, não é apenas a memória que se enfraquece, mas também a economia criativa e o orgulho de pertencer a uma cidade que já foi referência em celebrações cívicas.

A ausência de incentivo à cultura local em Japeri não é apenas uma questão de festa; é uma questão de identidade. Celebrar a emancipação e valorizar o patrimônio cultural não se trata de entretenimento, mas de manter viva a história de um povo.

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