Condomínio no Buraco do Lume é aprovado e gera polêmica no Centro do Rio

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento (SMDU) autorizou a construção de um condomínio residencial no Buraco do Lume, espaço localizado entre as ruas São José, Nilo Peçanha e Graça Aranha, no coração do Centro do Rio. O projeto é da construtora mineira Patrimar e já vem sendo apelidado de “novo Balança mas não cai”, em alusão ao icônico edifício da Avenida Presidente Vargas.

O empreendimento será o maior já aprovado dentro do programa Reviver Centro, iniciativa da Prefeitura para incentivar a moradia na região central. Ao todo, serão 720 unidades no formato de studios, com metragem entre 25 e 35 m². O prédio não terá vagas de garagem, mas contará com estrutura de lazer e serviços, incluindo piscina, churrasqueira, academia, bicicletário e espaço gourmet com vista para a Baía de Guanabara e o Morro de Santo Antônio.

Apesar da aprovação, o projeto divide opiniões. Para viabilizar a obra, serão utilizados 2.500 m² de um terreno de 6.000 m², o que pode levar à remoção de cerca de 40 árvores. Urbanistas, arquitetos e representantes do comércio local criticam o impacto ambiental e urbanístico da iniciativa.

A polêmica ganhou força porque, até recentemente, acreditava-se que o Buraco do Lume fosse um espaço público. No entanto, a área é privada, registrada em cartório sob a matrícula 46.729 do 7º Ofício do Registro de Imóveis. O prefeito Eduardo Paes (PSD) declarou ser contrário à construção, mas admitiu desconhecer a condição legal do terreno.

Entidades como o SindilojasRio e o Clube de Diretores Lojistas (CDLRio) já se manifestaram contra o empreendimento, alegando prejuízos históricos, culturais e econômicos. Para elas, a transformação do Buraco do Lume em condomínio representa uma perda simbólica para a cidade.

O projeto integra uma onda de lançamentos residenciais no Centro. Além do Buraco do Lume, estão previstos empreendimentos no antigo prédio da C&A, na Rua da Quitanda, e no terreno da extinta Construtora Veplan, também na mesma via. Somados, esses projetos devem acrescentar mais de 2 mil novas unidades habitacionais ao entorno da Rua da Assembleia, transformando a região em um novo polo de moradia.

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