O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), 66 anos, presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo (FPBC), destacou a importância de o Brasil adotar uma postura mais serena nas relações diplomáticas com os Estados Unidos, especialmente diante da crise comercial provocada pelo aumento de tarifas imposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. Em entrevista ao portal Poder360, Lopes afirmou que “criticar Trump não é inteligente” e defendeu equilíbrio na condução da política externa.
Apesar de críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em alguns pontos da política internacional, o parlamentar elogiou a medida provisória assinada em 13 de agosto, que liberou R$ 30 bilhões para compensar exportadores brasileiros afetados pelo chamado “tarifaço”. “Aplaudo o presidente por essa medida efetiva. Os exportadores brasileiros não podem ser prejudicados ou ter seus processos produtivos interrompidos por uma intempestividade dos Estados Unidos”, declarou.
Julio Lopes também ressaltou a atuação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), a quem creditou “boa condução” da crise com Washington. Ele lembrou que Brasil e Estados Unidos mantêm mais de 200 anos de relações diplomáticas e comerciais e citou empresas nacionais instaladas no mercado americano, como JBS, Gerdau e Taurus. “Os Estados Unidos são o principal parceiro do Brasil, e precisamos ter serenidade para conduzir esse momento”, afirmou.
O deputado, em seu quinto mandato, defendeu ainda que a crise deve ser vista como oportunidade para a abertura de novos mercados, mas criticou episódios de enfrentamento direto do presidente Lula com Trump: “Criticar é legítimo, mas não é inteligente ou recomendável nesse momento. Precisamos de serenidade para conduzir o Brasil”.
Documento único pelo CPF
Além da pauta internacional, Julio Lopes reforçou a defesa da lei de sua autoria que estabelece o CPF como número único de identificação no país. Segundo ele, a implementação imediata da proposta representaria uma “mudança civilizatória”, com impacto de redução de custos de R$ 60 bilhões e maior controle para o cidadão.
O parlamentar criticou a resistência de órgãos públicos em unificar cadastros e afirmou esperar que o Tribunal de Contas da União (TCU) determine o cumprimento da medida. Ele citou como exemplo o Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente mantém 360 milhões de registros – número muito superior à população brasileira – gerando desperdício de recursos e favorecendo fraudes, inclusive em compras de medicamentos.


