O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), ofereceu denúncia contra 13 pessoas por envolvimento em um esquema de corrupção e sonegação fiscal que teria causado um rombo estimado entre R$ 300 milhões e R$ 311 milhões aos cofres públicos estaduais.
Entre os denunciados estão os empresários Divino Eterno da Silva e seu filho Yago Soares Machado da Silva, apontados como líderes da organização criminosa; o contador João Carlos Romualdo, considerado peça-chave na movimentação financeira ilícita; e o auditor fiscal da Secretaria estadual de Fazenda (Sefaz), Alexandre Martins de Oliveira, acusado de receber pelo menos R$ 210 mil em propina.
Segundo as investigações, a operação se utilizava de empresas de fachada, notas fiscais falsas e “laranjas” para simular operações inexistentes e gerar créditos falsos de ICMS, reduzindo o valor devido aos cofres públicos ao longo de mais de dez anos.
Em maio de 2025, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio, São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Foram confiscados dispositivos eletrônicos, documentos e mais de R$ 400 mil em diversas moedas. Durante uma das diligências, em Campinas, a auditora Michelle Bagueira Sepulcri foi flagrada tentando se desfazer de uma mochila com R$ 30 mil, que jogou pela janela. A Justiça determinou ainda o afastamento do auditor Alexandre, além do bloqueio de bens equivalentes ao prejuízo estimado.
As defesas dos acusados negam participação no esquema. Alexandre afirma possuir 13 anos de carreira “ilibada” e disse que provará sua inocência diante de uma denúncia que considera frágil. Os empresários Divino e Yago também alegam que nunca estiveram envolvidos em práticas ilícitas. A defesa do contador Romualdo assegura que sempre atuou dentro da legalidade. Já a defesa de Michelle afirmou que o dinheiro apreendido era de posse do marido dela e de origem lícita.


