A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29), conforme confirmou o Ministério da Justiça. A detenção ocorre após semanas de pressão por parte de autoridades brasileiras e italianas, especialmente do deputado italiano Angelo Bonelli, que cobrava providências do governo local sobre o cumprimento do mandado internacional de prisão contra a parlamentar.
Condenada no Brasil a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, Zambelli estava foragida desde junho, quando desembarcou em Roma. Bonelli afirmou recentemente que ela já havia sido identificada pela polícia italiana, mas seguia em liberdade, o que motivou questionamentos no Parlamento da Itália.
Entre as perguntas apresentadas por Bonelli ao governo estavam os motivos da não prisão imediata de Zambelli, quem estaria oferecendo suporte logístico e financeiro a ela, e por que o mandado da Interpol não havia sido cumprido mesmo após a entrada da parlamentar no país europeu.
As autoridades italianas alegaram que houve um lapso de tempo entre o desembarque da deputada e a formalização do alerta vermelho da Interpol, o que teria impedido uma detenção em flagrante no aeroporto. O ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, confirmou que Zambelli estava sendo procurada, mas não havia sido localizada oficialmente até então.
A defesa da parlamentar alegava que ela vivia reclusa, com poucos recursos e em condições de saúde delicadas. Ainda segundo seus advogados, ela aguardava o posicionamento oficial da Justiça italiana sobre o processo de extradição, o que poderia se estender até setembro, devido ao recesso de verão no país.
Com a prisão agora efetivada, a expectativa é que se intensifiquem os trâmites diplomáticos e judiciais entre Brasil e Itália para o retorno de Zambelli ao território brasileiro, onde deverá cumprir pena. O governo brasileiro já havia sinalizado o interesse em acelerar a extradição da deputada, considerada uma das figuras mais próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro.


