Governo começa a devolver valores descontados ilegalmente; sindicato ligado a irmão de Lula é investigado

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Aposentados e pensionistas do INSS começam a receber, a partir desta quarta-feira (24), os reembolsos referentes a descontos indevidos realizados diretamente nos seus benefícios, sem autorização. A devolução, anunciada pelo Ministério da Previdência Social, ocorre após a identificação de um rombo milionário causado por cobranças fraudulentas feitas por entidades sindicais entre 2019 e 2024.

Foto: reprodução

Entre os principais alvos das investigações está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O sindicato é apontado como uma das entidades que mais lucraram com os descontos ilegais.

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) revelam que o Sindnapi teve um salto de faturamento de R$ 100 milhões em apenas três anos, enquanto 76,9% dos beneficiários afetados afirmaram nunca ter autorizado os descontos. Já o partido Novo apresentou números ainda mais alarmantes: segundo levantamento da sigla, o sindicato teria aumentado sua receita de R$ 23 milhões em 2020 para R$ 154 milhões em 2024 — um crescimento de 564%.

As cobranças foram realizadas com base em autorizações frágeis ou inexistentes, aproveitando-se da possibilidade de descontos diretos nos contracheques do INSS. Em resposta, o TCU determinou auditorias e medidas para apurar responsabilidades, além de exigir o reembolso dos valores indevidos.

O governo federal se comprometeu a devolver os recursos aos beneficiários prejudicados, mas o escândalo ganhou contornos políticos com a ligação direta de Frei Chico, irmão de Lula, à direção de uma das entidades investigadas. Até o momento, o Palácio do Planalto não comentou publicamente o caso.

A devolução dos valores é uma vitória parcial para os aposentados, mas o episódio revela falhas graves de controle e fiscalização na administração dos benefícios previdenciários — além de reacender o debate sobre o uso político e financeiro de sindicatos no país.

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