Beneficiários de programa social recebem bolada após erro em Saquarema

Uma falha no sistema de pagamentos do programa social Moeda Saquá, da Prefeitura de Saquarema, gerou surpresa e revolta entre os beneficiários nesta terça-feira (1º). Cidadãos que deveriam receber R$ 300 mensais encontraram em suas contas valores muito acima do previsto, em alguns casos ultrapassando R$ 600 mil.

O episódio rapidamente ganhou as redes sociais, com moradores compartilhando prints de extratos e celebrando — ainda que brevemente — o saldo inesperado. A euforia, no entanto, durou pouco: em nota oficial, a Prefeitura informou que todos os cartões do programa foram bloqueados temporariamente, devido a uma falha atribuída à instituição financeira responsável pelos repasses.

“A decisão, tomada pelo banco, foi necessária para a conferência dos valores depositados para cada beneficiário”, afirmou a Prefeitura.

“A informação dos valores repassados à instituição financeira foi feita de forma correta. Nenhum beneficiário será prejudicado e todos terão seus valores regulares desbloqueados em breve”, conclui a nota.

Apesar da tentativa de tranquilizar a população, o incidente trouxe à tona sérias preocupações sobre a segurança do sistema e a gestão do programa, que é voltado para famílias em situação de vulnerabilidade.

Além da falha técnica, o episódio reacendeu denúncias de exclusão arbitrária de moradores do programa, supostamente por razões políticas. Há relatos de que beneficiários que não apoiam a atual gestão municipal foram removidos da lista de pagamentos sem justificativa clara. A Prefeitura, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre essas denúncias, o que contribui para o clima de desconfiança.

Especialistas em políticas sociais alertam para os riscos que erros como esse representam para a credibilidade do programa e o bem-estar das famílias atendidas. Em muitos casos, o Moeda Saquá representa a única fonte de renda de centenas de pessoas em situação de extrema pobreza.

A ausência de mecanismos preventivos, a falta de transparência nas decisões sobre quem é incluído ou excluído e a demora na comunicação oficial demonstram que o programa carece de critérios técnicos claros, fiscalização independente e uma política de comunicação mais eficiente com a população.

Enquanto os cartões permanecem bloqueados e os recursos não são regularizados, os beneficiários aguardam não só o retorno do auxílio, mas também respostas concretas da Prefeitura sobre como erros dessa magnitude aconteceram — e o que será feito para que não voltem a ocorrer.

Em tempos de crise econômica e insegurança alimentar, a população mais pobre precisa mais do que promessas: precisa de respeito, segurança e transparência.

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