Ação mira lojas, shoppings populares e plataformas digitais usadas para comercializar aparelhos furtados e roubados
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira (25/06) mais uma fase da Operação Rastreio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no roubo, furto e receptação de celulares em todo o estado. A ação, coordenada pelas equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), tem como foco principal o mercado informal abastecido com aparelhos de origem criminosa.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços residenciais e comerciais, incluindo shoppings populares e centros especializados na venda e manutenção de celulares, identificados como pontos de revenda de dispositivos subtraídos. Em muitos casos, os aparelhos eram vendidos com notas fiscais falsas ou incompatíveis com a real origem do produto, para simular uma aparência de legalidade. Em outras situações, a revenda ocorria de forma completamente clandestina, sem qualquer documentação ou garantia.
A operação tem como meta interromper o ciclo de comercialização de celulares roubados, atingindo diretamente a cadeia financeira que sustenta essa prática criminosa. De acordo com a Polícia Civil, a ofensiva também pretende responsabilizar quem compra esses dispositivos, mesmo que indiretamente colabore com o esquema.
Desde o início da Operação Rastreio, em 3 de maio, mais de 800 aparelhos celulares foram recuperados pelas autoridades, e mais de 60 pessoas foram presas. Os dispositivos passarão por análise para identificação dos proprietários legítimos, que poderão reaver seus bens.
Paralelamente à operação policial, uma ação inédita de devolução voluntária de celulares foi iniciada nesta semana. Mais de 3 mil usuários de aparelhos identificados durante as investigações estão recebendo intimações via WhatsApp, orientando que entreguem os dispositivos em delegacias no prazo de 72 horas. Quem não cumprir a determinação será indiciado por receptação, um crime previsto no Código Penal.
A Polícia Civil reforça o alerta à população sobre os riscos de adquirir celulares sem procedência clara e orienta que qualquer denúncia relacionada ao comércio ilegal de eletrônicos seja feita ao Disque-Denúncia (2253-1177). A operação continua e novas fases estão previstas nas próximas semanas.