Juliana Marins, de Niterói (RJ), caiu em desfiladeiro durante trilha no Monte Rinjani. Resgate enfrenta dificuldades com clima, visibilidade e equipamentos inadequados.
As buscas pela brasileira Juliana Marins, de 33 anos, que caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, seguem com tensão e incertezas. Na manhã desta segunda-feira (23), dois alpinistas experientes se juntaram à operação de resgate que tenta alcançar a jovem desde o último sábado (21), quando ela escorregou e caiu cerca de 300 metros em uma área de difícil acesso no Parque Nacional do Monte Rinjani, localizado na Ilha de Lombok.
Juliana fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro e estava sozinha na trilha quando sofreu o acidente. Ela foi vista pela última vez por volta das 17h30 (horário local) de sábado, em imagens captadas por um drone utilizado por turistas, que conseguiram localizá-la caída no desfiladeiro. Desde então, o resgate enfrenta obstáculos climáticos, terreno acidentado e limitações técnicas que têm atrasado severamente a operação.
Família nega informações oficiais
A família de Juliana contesta informações divulgadas por autoridades indonésias e pela Embaixada do Brasil em Jacarta de que ela teria recebido água, comida e agasalhos. Segundo Mariana, parente da jovem que acompanha o caso do Brasil, o grupo de resgate ainda não conseguiu alcançá-la, já que as cordas usadas não seriam longas o suficiente e a visibilidade na região permanece baixa.
“Recebemos com muita preocupação a informação de que ainda não conseguiram chegar até ela. Não há comida, água, nem agasalhos com Juliana. Ela está sozinha, em um local de difícil acesso, há três dias sem socorro efetivo”, desabafou Mariana, em nota publicada no perfil oficial da família nas redes sociais, @resgatejulianamarins.
Descaso e indignação
O mesmo perfil denunciou que, mesmo com a jovem desaparecida, o parque segue operando normalmente e recebendo turistas para trilhas, enquanto a brasileira permanece sem assistência em um local remoto e perigoso.
“Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência! O parque segue aberto a turistas, enquanto ela está sozinha, sem água e sem comida! Precisamos de ajuda urgente!”, dizia uma publicação feita nesta madrugada.
De acordo com a família, a equipe de resgate avançou apenas 250 metros ao longo de um dia inteiro, restando ainda 350 metros para chegar até Juliana, que estaria a cerca de 600 metros encosta abaixo.
Quem é Juliana Marins
Juliana é natural de Niterói, no Rio de Janeiro. Publicitária formada pela UFRJ e dançarina de pole dance, ela realizava o sonho de viajar sozinha pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. Nas redes sociais, vinha compartilhando momentos da viagem com amigos e seguidores, mostrando paisagens, culturas e reflexões sobre o percurso.
O acidente interrompeu de forma dramática essa jornada e, desde então, familiares e amigos acompanham com angústia a demora e os contratempos na tentativa de salvamento.
Clima e fuso complicam operação
O Monte Rinjani é uma das atrações turísticas mais conhecidas da Indonésia e tem um dos vulcões ativos mais altos do país. A região enfrenta condições climáticas instáveis, o que dificulta ainda mais as buscas. Além disso, o fuso horário local — 11 horas à frente de Brasília — atrasa o recebimento de informações atualizadas no Brasil.
Na manhã de segunda-feira (23), às 5h pelo horário de Brasília (16h na Indonésia), a família informou que o resgate havia sido interrompido novamente, devido ao entardecer e ao mau tempo.
A situação de Juliana permanece indefinida. Não há confirmações sobre seu estado de saúde e o tempo segue sendo um fator crítico para o sucesso da operação.
Apelo por reforço internacional
Diante da lentidão no resgate e da falta de estrutura adequada, familiares e apoiadores vêm fazendo apelos por ajuda internacional, solicitando o envolvimento de forças especializadas em salvamentos de montanha.
Enquanto isso, a esperança de que Juliana resista e seja encontrada com vida ainda move a mobilização nas redes sociais e a comoção entre os brasileiros que acompanham o caso.