PF deflagra 2ª fase da Operação Fantasos contra esquema de pirâmide de Douver Torres Braga

A Polícia Federal deu início nesta terça-feira (27) à segunda fase da Operação Fantasos, que mira um complexo esquema de pirâmide financeira e lavagem de dinheiro liderado por Douver Torres Braga, atualmente preso nos Estados Unidos. As investigações revelam que, entre dezembro de 2016 e maio de 2018, Douver movimentou cerca de US$ 295 milhões (equivalente a R$ 1,6 bilhão), lesando mais de 100 mil investidores ao redor do mundo.

Nesta nova etapa, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão para executar uma nova ordem de arresto de bens no valor de R$ 1,5 bilhão. Os agentes federais focaram seus esforços em empreendimentos comerciais localizados em cidades do estado do Rio de Janeiro, como Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e Duque de Caxias. Entre os alvos, estavam um shopping e um feirão de roupas.

A primeira fase da operação, deflagrada há cerca de um mês, já havia resultado na apreensão de embarcações, carros de luxo, relógios, joias e dinheiro em espécie, também com base em uma ordem judicial de sequestro no valor de R$ 1,6 bilhão.

Esquema internacional de criptomoedas

Douver foi preso em fevereiro deste ano, na Suíça, em uma ação da Interpol, e posteriormente extraditado para os Estados Unidos. Ele é apontado como o chefe do Trade Coin Club, uma suposta plataforma de investimentos em criptomoedas que prometia rendimentos mensais de até 11%, com base em um “robô de microtransações massivas”.

No entanto, investigações conduzidas pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) comprovaram que se tratava de um esquema Ponzi — um modelo de pirâmide financeira onde os lucros dos antigos investidores são pagos com o dinheiro dos novos.

Segundo a SEC, o Trade Coin Club operou de forma fraudulenta entre 2016 e 2018, arrecadando mais de 82 mil bitcoins, avaliados em cerca de US$ 295 milhões na época. O sistema enganava os participantes com falsas promessas de que os recursos estavam sendo operados por um algoritmo sofisticado capaz de realizar “milhões de microtransações por segundo”. Na prática, o dinheiro era desviado por Douver para uso pessoal e para alimentar uma rede de promotores que recrutavam novos investidores.

Douver teria embolsado sozinho ao menos 8.396 bitcoins, segundo a denúncia. As ordens judiciais cumpridas nesta terça-feira foram expedidas a partir das novas informações levantadas durante a primeira fase da operação, revelando a extensão e a sofisticação do esquema.

A PF segue com as investigações para identificar outros envolvidos e recuperar o patrimônio obtido de forma ilícita.

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