“Com a liderança de Lula e a ascensão de Gustavo Lima, a comunicação será o campo de batalha decisivo para esquerda e direita até o próximo pleito presidencial.”
A pesquisa de intenção de voto para a presidência da república divulgada hoje pelo instituto Quaest, que coloca Lula na liderança e o cantor Gustavo Lima em segundo lugar, revela uma polarização mais intensa e diferente da dinâmica política que o Brasil tem vivido nos últimos ciclos eleitorais. A entrada de uma figura popular, mas sem histórico político consolidado, como Gustavo Lima, ilustra uma tendência de personalidades fora da política tradicional ocupando espaços de destaque, refletindo um desgaste das figuras políticas convencionais e uma busca por renovação e alternativas por parte do eleitorado.
Do ponto de vista da comunicação, esse cenário desafia tanto a esquerda quanto a direita a repensarem suas estratégias até as eleições de 2026. Para a esquerda, liderada por Lula, o foco será em consolidar a narrativa de continuidade dos programas sociais e da retomada econômica. O desafio maior é conquistar o eleitorado jovem, que tem mostrado menor identificação com os partidos tradicionais, e resgatar a confiança daqueles que buscam alternativas fora do espectro político convencional. A comunicação deverá se concentrar na amplificação das conquistas do governo, ao mesmo tempo em que reforça a ideia de estabilidade e segurança frente a um possível “salto no escuro” com candidatos de fora do cenário político.
Já a direita, representada por Gustavo Lima, tende a apostar em uma narrativa emocional e de ruptura com o establishment. O cantor, com uma imagem popular e já amplamente aceito em setores conservadores, deve explorar sua base de fãs e seu apelo à juventude, apresentando-se como o outsider que traz consigo a promessa de renovação. A estratégia de comunicação da direita terá como ponto central a crítica ao sistema político tradicional, associando Lula à velha política e explorando insatisfações latentes na sociedade. A informalidade, o carisma e a simplicidade da comunicação devem ser os pilares dessa campanha, semelhante ao que vimos em outras figuras políticas de fora do meio, como Donald Trump nos EUA.
Com esse cenário polarizado, as redes sociais continuarão sendo o campo de batalha principal para a disputa de narrativas. O TikTok, Instagram e YouTube tendem a ser as plataformas mais importantes, com forte presença de influenciadores e criadores de conteúdo que amplificarão as mensagens dos candidatos, tanto da esquerda quanto da direita. As campanhas terão que ser rápidas, eficazes e profundamente conectadas com as emoções e aspirações dos eleitores, algo que já se provou decisivo nas últimas eleições.
A pesquisa Quaest nos dá uma prévia de uma eleição que será marcada pela comunicação direta, pela disputa entre experiência e novidade, e pela influência das figuras populares na política. A esquerda e a direita deverão ajustar suas estratégias para não apenas consolidar suas bases, mas também atrair os indecisos que, em um cenário tão incerto, podem ser o fiel da balança em 2026.