Há algo extraordinário em ajudar alguém a se tornar melhor, em ver outra pessoa crescer, alcançar sonhos e vencer desafios. Esse gesto, que nasce do coração generoso, é um verdadeiro dom de Deus. No entanto, nem sempre o praticamos. Às vezes, o egoísmo nos faz pensar apenas em nós mesmos; outras vezes, a inveja nos impede de celebrar as conquistas alheias. Esquecemos que querer o bem do outro não nos diminui, mas nos engrandece como seres humanos e cristãos.
A Palavra de Deus nos ensina que o amor verdadeiro não é egoísta nem invejoso. Como nos lembra São Paulo: “O amor não é invejoso, não se vangloria, não é orgulhoso” (1 Coríntios 13,4). Esse amor é a base do crescimento mútuo, pois quem ama de verdade não sente medo de ver o outro brilhar. Pelo contrário, sente-se feliz ao contribuir para o progresso e a felicidade do próximo.
A vida pode ser comparada a uma escada: cada degrau exige esforço, fé e superação. Muitas vezes, não conseguimos avançar como gostaríamos, e é nesse momento que surgem duas escolhas. Podemos ajudar alguém a subir, mesmo que ele alcance lugares onde ainda não chegamos, ou, consumidos pelo orgulho, tentamos puxá-lo para baixo. A primeira atitude é nobre, reflete o coração de Deus. A segunda é fruto de nossa fraqueza, que precisa ser transformada pela graça divina.
Nosso maior exemplo é Jesus, que não veio para ser servido, mas para servir (cf. Mateus 20,28). Ele se doou inteiramente para que tivéssemos vida e a tivéssemos em abundância. Esse mesmo Cristo nos chama a fazer o outro crescer, não apenas em conquistas humanas, mas principalmente na graça e no amor de Deus. Quando ajudamos alguém a dar um passo à frente, mesmo que isso vá além do que conseguimos alcançar, imitamos o coração de Cristo.
É importante reconhecer que o crescimento do outro não diminui o nosso valor. Amar o próximo significa desejar que ele alcance lugares altos, sem sentir inveja ou ciúmes de suas conquistas. São João Batista nos dá um testemunho belíssimo disso ao dizer: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3,30). Essa frase revela a humildade de quem compreende que o amor não compete, mas coopera.
Só quem ama de verdade quer ver o outro feliz. Só quem ama de verdade não sente inveja de onde o outro chegou. E essa postura não é apenas uma questão de moralidade; ela nos faz crescer espiritualmente, nos torna pessoas melhores, mais justas e mais próximas de Deus.
Seja na vida espiritual, profissional ou em nossos relacionamentos, que possamos ter a coragem de querer o bem do próximo, mesmo quando isso nos desafia a superar nossos próprios limites. Fazer o outro crescer é um dom. Um dom que reflete o amor de Deus e transforma o mundo ao nosso redor.
Que o Senhor nos conceda a graça de viver esse amor desinteressado, que se alegra ao ver o outro subir, crescer e ser feliz. Afinal, é na generosidade de ajudar o próximo que encontramos a verdadeira realização e a verdadeira paz.
