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Economista Gabriel Zucman defende taxação dos super-ricos: “Não cabe aos bilionários decidir quanto pagar de imposto”

O economista francês Gabriel Zucman, renomado especialista em desigualdade e evasão fiscal, propôs ao G20 a implementação de um imposto sobre os super-ricos, afirmando que a decisão sobre a tributação deve ser feita democraticamente por entidades como o G20 e a ONU, e não pelos próprios bilionários. Zucman enfatizou que um forte compromisso do G20 é crucial para a efetivação dessa medida, mesmo sem o apoio dos Estados Unidos.

Proposta de Taxação

Zucman sugere a criação de um imposto anual de 2% sobre a riqueza dos bilionários, que poderia gerar aproximadamente US$ 250 bilhões em receitas para os governos investirem em saúde, educação e infraestrutura. Essa iniciativa visa corrigir a desigualdade fiscal, garantindo que os super-ricos paguem uma parcela justa de impostos.

Importância da Liderança Brasileira

A proposta, apoiada pelo governo brasileiro, foi colocada em pauta pela liderança do ministro Fernando Haddad. A declaração dos ministros das finanças do G20, no final de julho, representa o início de um processo que busca resolver a desigualdade tributária global.

Desafios e Perspectivas

Embora a aprovação unânime dos países do G20 ainda seja um desafio, Zucman acredita que uma coalizão de países pode avançar com a proposta, mesmo sem a adesão dos Estados Unidos. Ele argumenta que a coordenação internacional é essencial para evitar a competição tributária entre os países, destacando que a riqueza dos bilionários provém de suas participações em empresas multinacionais presentes em todo o mundo.

Críticas e Respostas

Zucman reconhece que muitos bilionários podem se opor à ideia, mas ele acredita que a demanda popular por justiça fiscal é esmagadora. Ele refuta a ideia de que a taxação dos super-ricos prejudicaria o crescimento econômico, argumentando que o investimento público em educação, saúde e infraestrutura, financiado por essa tributação, impulsionaria a economia global.

Tecnologia e Implementação

O economista destaca que a tecnologia atual permite a implementação eficaz dessa proposta, facilitando a avaliação da riqueza dos bilionários e a troca internacional de informações para evitar a evasão fiscal. Ele acredita que essa medida pode fazer uma diferença significativa no combate à desigualdade e na melhoria das condições de vida para milhões de pessoas ao redor do mundo.

A proposta de Gabriel Zucman representa um passo importante na direção de uma tributação mais justa e eficaz dos super-ricos, com potencial para gerar recursos significativos para investimentos sociais e econômicos. A liderança brasileira no G20 e o apoio de uma coalizão internacional podem ser cruciais para a concretização dessa iniciativa, independentemente do posicionamento dos Estados Unidos.

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