O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação e surpresa com as recentes declarações do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que ameaçou um “banho de sangue” e “guerra civil” caso não seja reeleito nas eleições marcadas para o próximo domingo (28). Em uma entrevista concedida no Palácio da Alvorada a agências internacionais como Reuters, Bloomberg, France Presse e Associated Press, Lula criticou fortemente a postura de Maduro e destacou a importância do respeito aos resultados eleitorais.
Lula expressou seu desagrado com as declarações de Maduro, ressaltando que a perda em uma eleição deve ser respeitada e não deve resultar em violência. “Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que, se ele perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou o presidente brasileiro.
O governo brasileiro confirmou que enviará observadores para monitorar o processo eleitoral na Venezuela. Além disso, o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, também fará parte da equipe de observação. Lula sublinhou que a única forma de a Venezuela retornar à normalidade e ao crescimento econômico é através de um processo eleitoral transparente e respeitado por todos.
Maduro, que busca seu terceiro mandato consecutivo, fez suas declarações em meio a uma crescente controvérsia sobre a legitimidade do pleito. Seu principal concorrente é o ex-diplomata Edmundo González, da Plataforma Democrática Unitária (PUD), após a imposição de restrições à candidatura de Corina Yoris.
O presidente brasileiro reiterou que, embora o Brasil mantenha uma relação cordial com a Venezuela, o respeito à democracia e ao processo eleitoral é fundamental para a estabilidade e o progresso da região. Lula também fez questão de afirmar que sua postura em relação à Venezuela e a outros países da América Latina é de respeito às escolhas soberanas de seus povos.
A comunidade internacional continua a monitorar de perto a situação na Venezuela, com preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e a possibilidade de conflitos pós-eleitorais.
