O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), intensificou suas críticas ao governo federal, cobrando a liberação dos recursos prometidos para ajudar na reconstrução das áreas atingidas por enchentes no estado. Dois meses e meio após as catástrofes naturais, Leite anunciou um investimento estadual de R$ 671 milhões para apoiar microempreendedores individuais e pequenas empresas impactadas.
Durante o anúncio das medidas de apoio financeiro, Leite expressou sua frustração com a demora na assistência federal: “Nós gostaríamos de fazer ainda mais na economia do que somos capazes, mas a gente sabe que boa parte dos recursos, no Brasil, é concentrada na União. Infelizmente, Brasília não nos alcançou tudo o que nós precisávamos até agora.”
O governador enfatizou que a morosidade na chegada dos recursos federais tem impedido movimentos eficazes da estrutura estadual: “Nós ficamos esperando. Porque se, afinal, viria um anúncio… nós não colocaríamos um recurso nosso porque não faltariam outros lugares para colocarmos os recursos do estado. Mas nós cansamos de esperar e estamos colocando os recursos do estado para ajudar.”
Segundo dados do portal “Brasil Participativo”, dos R$ 93,7 bilhões prometidos para o enfrentamento das calamidades, apenas R$ 19 bilhões foram efetivamente repassados ao Rio Grande do Sul até o momento, o que representa uma fração significativa do montante total.
Para mitigar os impactos no setor privado, o governo estadual planeja disponibilizar R$ 671 milhões em linhas de crédito, dos quais R$ 223 milhões virão diretamente do tesouro estadual. Cerca de 98 mil empresas e empreendedores foram afetados pelas enchentes, conforme levantamento realizado pelo governo gaúcho com base nos dados da Receita Estadual.
O impasse entre o governo estadual e federal evidencia um desafio persistente na gestão de crises naturais e na coordenação de esforços para recuperação econômica regional. Enquanto isso, a população e o setor produtivo aguardam soluções rápidas e efetivas para reconstruir suas vidas e negócios.
Esta reportagem destaca a urgência e as dificuldades enfrentadas pelo Rio Grande do Sul na obtenção de recursos cruciais para a reconstrução pós-desastre, além de refletir o contexto político e econômico envolvendo as esferas estadual e federal no Brasil.
