Inovações do programa Breakthrough Listen serão apresentadas em conferência no Reino Unido
A busca por vida alienígena está prestes a entrar em uma nova era graças a uma série de novas tecnologias, de telescópios avançados a inteligência artificial (IA). Essas inovações, desenvolvidas pelo Breakthrough Listen, o maior programa de pesquisa científica do mundo dedicado à descoberta de civilizações extraterrestres, serão apresentadas esta semana na conferência anual do grupo, que ocorrerá pela primeira vez no Reino Unido.
Há décadas, cientistas têm tentado encontrar evidências convincentes de que não estamos sozinhos no universo. No entanto, até agora, todas as tentativas de fazer contato com outras formas de vida foram infrutíferas. O astrônomo Steve Croft, cientista do projeto Breakthrough Listen, destacou ao The Guardian que as novas tecnologias prometem transformar a maneira como buscamos por civilizações alienígenas.
Entre as inovações estão o “Square Kilometre Array” (SKA) e o “Observatório Vera Rubin”. O SKA, composto por centenas de radiotelescópios em construção na África do Sul e na Austrália, promete ser a instalação de radioastronomia mais poderosa do mundo. Já o Observatório Vera Rubin, no Chile, será equipado com a maior câmera já construída, capaz de capturar imagens de todo o céu visível a cada três ou quatro noites, auxiliando na descoberta de milhões de novas galáxias e estrelas. Ambas as instalações estão previstas para começar a operar em 2025 e fornecerão dados essenciais para o Breakthrough Listen.
A utilização da IA é outro destaque no esforço de encontrar vida inteligente. A IA será usada para analisar os vastos volumes de dados gerados por esses novos telescópios, procurando padrões sutis que possam indicar a presença de vida extraterrestre. Croft explicou que, com as novas técnicas, será possível detectar não apenas sinais deliberados, mas também transmissões não intencionais, como radares de aeroportos alienígenas ou poderosos transmissores de TV.
O astrofísico Prof. Adam Frank, da Universidade de Rochester, também apoia o uso da tecnologia para detectar “tecnoassinaturas”, ou seja, evidências das atividades cotidianas de civilizações alienígenas. Em seu novo livro, “The Little Book of Aliens”, Frank discute como sinais de iluminação artificial, poluição atmosférica e até mesmo painéis solares alienígenas poderiam ser identificados com a ajuda de telescópios poderosos.
Apesar dos desafios, Croft permanece otimista sobre a possibilidade de fazer contato com alienígenas em breve. “Sabemos que as condições para a vida estão em todo lugar, sabemos que os ingredientes para a vida estão em todo lugar. Eu acho que seria profundamente estranho se descobríssemos que éramos o único planeta habitado na galáxia ou no universo. Mas, você sabe, é possível”, concluiu Croft.
Com essas novas tecnologias e abordagens, os cientistas esperam que a busca por vida alienígena alcance um novo patamar, trazendo-nos mais perto de responder à pergunta fundamental: estamos sozinhos no universo?