Os contribuintes brasileiros já somaram R$ 2 trilhões em tributos desde o início de 2024, conforme registrado pelo Impostômetro, um painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizada no centro histórico da capital paulista. Este marco foi alcançado na manhã de domingo (21), e inclui impostos, taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária.
Em comparação ao ano passado, quando o Impostômetro atingiu R$ 1,7 trilhão no mesmo período, houve um crescimento de 17,6%. O economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, atribui esse avanço, registrado 40 dias mais cedo neste ano, ao aumento da atividade econômica, da renda e do emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS/Cofins nos combustíveis.
“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo. À medida que os preços dos bens e serviços aumentam, a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, o que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões”, explica Gamboa.
A marca de R$ 2 trilhões em impostos foi alcançada pela primeira vez pelo Impostômetro em 9 de dezembro de 2015. Naquela época, em julho do mesmo ano, o painel registrava R$ 1,1 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros, representando um crescimento acumulado de 82% na comparação com igual período de nove anos atrás.
Para Ruiz de Gamboa, esse aumento está diretamente ligado ao crescimento da atividade econômica e à elevação dos preços. Ele destaca que, embora a carga tributária brasileira seja comparável à da Grã-Bretanha, a renda por habitante no Brasil é significativamente inferior. “Portanto, pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba por sufocar o potencial de expansão da economia”, avalia o economista.
O avanço rápido na arrecadação de tributos reflete as complexidades e desafios do sistema tributário brasileiro, que continua a ser um tema central nas discussões sobre o desenvolvimento econômico e social do país.
