Quem é Rivaldo Barbosa, delegado que teria planejado a morte de Marielle?

Rivaldo Barbosa é um delegado de polícia que foi apontado pela Polícia Federal como um dos mentores da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Sua inclusão como suspeito surpreendeu a família de Marielle, especialmente porque ele tinha uma posição de responsabilidade indireta nas investigações do caso. Em uma entrevista no domingo (24), a mãe de Marielle, Marinete da Silva, expressou sua surpresa e tristeza com o envolvimento de Rivaldo Barbosa no crime, lembrando que ele havia afirmado que era uma questão de honra solucionar o caso.

Rivaldo Barbosa, de 54 anos, é formado em Direito desde 1998 pela Unisuam e atua como delegado há mais de 22 anos no Rio de Janeiro. Ele esteve envolvido em investigações importantes, como o caso dos PMs acusados pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli em 2011 e do pedreiro Amarildo de Sousa em 2013. Antes de assumir como Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Barbosa atuou na Divisão de Homicídios e em outras delegacias.

Além de sua função como delegado, Barbosa também era professor de Direito há mais de 20 anos na Universidade Estácio de Sá e ocupava o cargo de Coordenador Adjunto do curso desde julho de 2022. Após sua prisão, a Estácio anunciou que ele não faz mais parte do quadro de professores da instituição.

Embora não fosse muito ativo nas redes sociais, Rivaldo costumava compartilhar informações sobre seu trabalho na polícia e na academia, além de mensagens religiosas. Na imprensa, era descrito como um delegado atencioso e competente, mas a investigação da Polícia Federal indicou que essas qualidades foram usadas de maneira indevida.

Segundo os investigadores, Barbosa orientou os executores do crime a cometê-lo longe da Câmara dos Vereadores para evitar que fosse caracterizado como um “crime político” e assim ficasse fora do escopo da PF. A investigação também apontou um esquema de pagamento de propina pelas milícias às delegacias do Rio, incluindo a Divisão de Homicídios, para evitar a resolução de certos crimes.

A defesa de Rivaldo Barbosa ainda não se manifestou sobre o caso, e o Governo do Estado do Rio afirmou que a participação de agentes públicos no crime será rigorosamente investigada. Três delegados da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil acompanharam as diligências que envolveram Barbosa e outros suspeitos.

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